POLÍTICA E CULTURA
Iniciamos o ano de 2010. Começo do mesmo modo que acabei 2009. Mas esse ano tem copa!
A vida é feita de necessidades, múltiplas necessidades. A política como qualquer atividade humana faz sentido se vier contribuir para atender uma dessas necessidades. A qual necessidade a política brasileira procura atender?
2010 começou com a marca do sofrimento. Mortes na passagem do ano em Angra dos Reis e outros municípios do Brasil. Aliás, as chuvas continuam matando, ontem ouvi que foram setenta mortes em São Paulo em função das chuvas, sem contar os milhares de desabrigados em todo o país. Se formos analisar duas foram as necessidades atingidas: habitação (que como escrevi em postagem anterior é uma das quatro necessidades básicas) e lazer. Se formos analisar nos dois casos a política brasileira não atendeu a sua principal missão.
No caso de Angra dos Reis é evidente que era uma área de risco e que pelo tipo de moradia houve um processo de licenciamento inadequado (que depois eu descobri que é a regra naquele município).
No caso de São Paulo não existe coisa mais previsível e não resolvida. Eu vi na televisão ontem que faz 100 anos da última enchente em Paris, nessa vez os políticos resolveram "resolver" e resolveram. 100 anos!!!!
Depois foi aquele desastre de proporções inconcebíveis: o terremoto do Haiti. Ontem li que estão fechando em mais de 200 mil vítimas fatais. Não contando os desabrigados, mais de milhão. Num país que é terrivelmente pobre. Em primeiro lugar houve uma dívida que eles assumiram com a França (a mesma política que resolveu o problema de enchente) para ficarem livres. Depois foram anos de ditadura, num país que foi o único caso em que os escravos se organizaram para serem livres no conjunto. Escravos que foram trazidos da África que é o continente mais pobre. Tanto em um caso como em outro a violência é a marca principal, depois da pobreza e da exploração por algum dos países onde "enchentes" não são mais problemas (países da Europa e EUA).
Fica claro como a reflexão que queremos colocar, uma política que nasça de uma cultura da solidariedade, fraterna, onde nós cristãos temos a nossa contribução a dar, é o verdadeiro nó. Nós sabemos que nós, homens, temos necessidade múltiplas, mas temos uma fundamental, que compreende todas as outras, ser felizes. Ser feliz implica sempre num outro, não posso ser feliz sózinho. A LEI DA VIDA É O AMOR.
Se não amarmos e não formos amados não seremos felizes. É assim também na política. Parece coisa estranha ao ambiente da política, mas o amor fraterno é a única possibilidade para que alguém possa contribuir de verdade na política ou em qualquer outra atividade humana.
Na desgraça do Haiti só olhando para o exemplo da Dra. Zilda Arns (que fazia política para atender necessidades de todos) e para a enorme solidariedade que um momento como esse sempre desperta em todas pessoas. É a lei da vida que está inscrita no coração do homem.
Qual é lei da política??? Nós do GPC queremos que seja o AMOR FRATERNO, se você também quer venha conosco, nos escreva.
A proposta deste Blog é debater e propor soluções para a realidade social e política. Na nossa visão a política deve ter como referência a pessoa, e assim, a sociedade frente ao estado, favorecer o tecido social criado por relacionamentos dinâmicos de movimentos e associações. Uma ação política voltada para o bem comum é fruto de uma ordem democrática baseada nos princípios da justiça social, da solidariedade e subsidariedade.