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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ANO NOVO, VIDA NOVA???

POLÍTICA E CULTURA

Todo fim de ano as pessoas de modo geral renovam as suas esperanças de que um NOVO ano se iniciará. Novo no sentido de que aqueles desejos não realizados até o momento se realizarão no próximo ano.

O QUE PODE NOS DAR ESPERANÇA DESTE NOVO QUE TODOS DESEJAMOS?

O QUE É ESSE NOVO QUE TODOS DESEJAMOS?

Esse desejo torna-se mais intenso em anos em que novos governos se inciam, é como se as pessoas estivessem mais convencidas de que a possibilidade do NOVO fosse ainda maior.

Na semana passada a Folha divulgou uma pesquisa que apontava que 83% dos entrevistados acreditavam que Dilma fará um governo igual ou melhor que o de Lula: 53% pensam que será igual e 30% disseram que ela terá um desempenho superior (Pesquisa Datafolha, divulgada no dia 22/12/2010).

DE ONDE AS PESSOAS TIRAM ESTAS ESPERANÇAS? DE FATOS? DE ILUSÕES?

Também neste momento é comum pensarmos em como foi o ano que passou, o que realizamos e o que não realizamos. Do mesmo modo os governos que se encerram passam pelo mesmo crivo. No caso do governo Lula muito tem sido escrito na imprensa. A conclusão é que, como tudo na vida, houve bons e maus resultados, mas no balanço final foi mais positivo ou negativo?

Neste direção me parece ilustrativo o seguinte comentário: “Prestes a encerrar seus oito anos de governo, o presidente Lula descerá a rampa do Palácio do Planalto e abrirá um importante capítulo da nossa história. Esta coluna, com frequência, criticou as sombras do governo que se põe. Mas a honestidade intelectual e o dever de isenção, pré-requisitos de quem pretende fazer jornalismo ético, me obrigam a reconhecer o saldo favorável dos dois governos do presidente Lula (Carlos Alberto Di Franco - O Estado de S.Paulo 27/12/2010 – http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101227/not_imp658571,0.php).”

Certamente o que aconteceu durante o ano é uma base para o que se pode esperar de um novo ano, de um novo governo, de qualquer atividade que esteja em nosso campo de interesse.

Esse NOVO pode significar tanta coisa, porém existe um NOVO maior do que ser FELIZ? Já no próximo ano, no primeiro dia do ano, amanhã. Felicidade, a nossa, é algo que não pode esperar.

A resposta de qual é esse caminho somente pode ser dada a partir das experiências que fizemos. Onde fizemos neste ano de 2010 que se encerra experiência real de felicidade?

Estes momentos são as dicas que "recebemos" de onde apostar. Para mim três experiências que ocorreram agora no final do ano foram dicas assim:

A) No início de dezembro ocorreu um encontro de 30 anos de formatura da minha turma de medicina. Após iniciaram uma série de emails nos quais ficava claro a surpresa do encontro, após tantos anos e da permanência de elos jamais imaginados.

B) Passei meu Natal com minha família na minha cidade Porto Feliz, São Paulo. O que me chamou a atenção foi como todos estavam muito felizes e ficaram juntos o máximo que puderam, a amizade é o elo que os unia.

C) Neste mesmo período, encontrei amigos de infância, dos quais alguns não encontrava a mais de 40 anos, num jantar de reencontro. Foi a mesma marca dos outros dois, havia entre nós algo que o tempo não apagou.

Penso que a AMIZADE, que é o traço comum destes três fatos, é um tesouro que o tempo não corrói e que pode nos ajudar no nosso caminho de busca da FELICIDADE.

Cultivá-la é a decisão mais importante para 2011. Daqui pode nascer o NOVO que tanto desejamos.

Isto serve também para a política e o governo, não existe outro ponto de partida que não seja uma amizade capaz de durar no tempo, porque firmada numa relação onde cada um tem o seu valor respeitado e valorizado.

É assim que nós do GPC temos feito política e ação social. Aguardamos você para vir fazer conosco.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

NATAL É POSSÍVEL

POLÍTICA E CULTURA


Natal é possível, porque não depende de nós, mas é uma iniciativa de um Outro.

O Natal é inciativa do Senhor, que invade a realidade humana para dizer a Boa Nova. O amor desse Outro nos indica que é possível a realização do desejo humano: a felicidade. O Natal é a resposta divina ao desejo humano. Esta é a Boa Nova.

Penso que isso deva nos ensinar algo, o tempo de Natal é um tempo de reflexão: como enfrentar a violência, as injustiças, os problemas sociais de nosso país que ainda são tantos.

Claro o desenvolvimento econômico é um ferramenta importante para isso, mas somente se vier acompanhada de diminuição da desigualdade. Porém, se isso por si só trouxesse felicidade os países ricos teriam na sua população somente gente feliz. São muitos os sinais inclusive pesquisas que mostram que não é assim.

Olhando para aquela cena imortalizada por tantos pintores famosos, nos vem a pergunta: qual a mensagem do presépio?

No Natal  o primeiro tema é a Espera.

O Papa Bento XVI disse que o homem é medido por aquilo que espera.
Ele falou que essa espera é uma dimensão normal da vida humana: “atravessa toda a nossa existência pessoal, familiar e social. A espera é presente em milhares de situações, das menores e mais banais às mais importantes, que nos comprometem totalmente e no profundo”.

Citou exemplos de momentos marcantes nesse sentido, como a espera dos pais pelo filho, a espera de um jovem pelo êxito em um exame decisivo ou em uma entrevista de trabalho; nas relações afetivas, a espera do encontro com a pessoa amada, da resposta a uma carta, ou da acolhida de um pedido de perdão.

Segundo o Papa, “pode-se dizer que o homem está vivo enquanto espera, enquanto em seu coração é viva a esperança. E por sua esperança o homem se reconhece: a nossa ‘estatura’ moral e espiritual se pode medir por aquilo que esperamos, por aquilo em que temos esperança”.

QUAL É A NOSSA ESPERA? SERÁ QUE ACREDITAMOS QUE SERÁ POSSÍVEL UM MUNDO MAIS FELIZ DO QUE AQUELE QUE TEMOS HOJE.

Qual a mensagem do presépio?

O segundo tema do Natal é a Fraternidade.

O Papa falou que a Fraternidade é necessária para uma vida plenamente humana.
Ele sublinhou a importância da fraternidade humana, tanto nas relações pessoais como em escala global. Bento XVI observou que "o belo ideal de fraternidade (...) encontrou no desenvolvimento do pensamento filosófico e político uma ressonância menor em comparação a outros ideais, como a liberdade, a igualdade, o progresso e a unidade".

"Este é um princípio que se manteve praticamente como letra morta nas sociedades políticas modernas e contemporâneas, especialmente por causa da influência de ideologias individualistas ou coletivistas", lamentou.

"No reconhecimento do que lhe é doado, o homem pode se abrir à ação da graça e entender que está destinado a desenvolver-se, não à custa dos outros, mas com eles e em comunhão com eles."

SERÁ QUE O NOSSO MUNDO DE HOJE APRENDEU DO PRESÉPIO QUE SOMOS TODOS IRMÃOS PORQUE FILHOS DE UM MESMO PAI? 

Para mim sempre me chamou a atenção que Jesus nasceu pobre e despercebido pelos grandes da época.

Qual a mensagem de Jesus nascido naquele presépio? 

Penso que nos ensina que não são necessárias grandes coisas para se ser feliz, nem mesmo que sejamos reconhecidos, mas cumprir aquela missão que nós recebemos, fazer aquilo para que fomos feitos.

O terceiro tema do Natal é a Pobreza e a simplicidade.

Pobreza e simplicidade em sentido cristão não é falta de bens materiais e falta de conhecimentos formais, mas o modo como possuímos o que é nosso. Será que temos a consciência do que é nosso no foi DADO, tem uma finalidade que não diz respeito somente a mim, mas como tenho uma tarefa, como sou fraterno, por isso sou pobre, ou seja, o que é meu está a disposição de construção de uma sociedade mais justa.

Assim o Natal nos ensina a viver a vida como espera de realização dos nossos grandes ideiais, que somos todos irmãos e o modo justo de nos relacionarmos é a fraternidade, que implica solidariedade e justiça social. 
Para que vivamos assim devemos ser pobres e simples, possuindo sem possuir, tendo para que todos possam ter. Vivendo a vida como a missão que recebemos de um Outro e que a nossa felicidade está na medida que damos a nossa vida em benefício dos irmãos.

COMO SERIA O MUNDO DA POLÍTICA SE O NATAL VALESSE TAMBÉM LÁ. NÓS DO GPC ACREDITAMOS QUE É POSSÍVEL PORQUE O NATAL TORNA ISSO POSSÍVEL.

NO DIA 25 É ISSO QUE QUEREMOS COMEMORAR A POSSIBILIDADE QUE POSSAMOS EXERCER A NOSSA TAREFA SOCIAL COM A CONSCIÊNCIA QUE O JESUS DO PRESÉPIO NOS DEU.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Natal: é possível num mundo de violência como o nosso ???


POLÍTICA E CULTURA 

O tema mais freqüente no Natal é o da fraternidade. Mesmo no Natal que deixou de ser a festa do nascimento de Cristo, o do Papai Noel e dos presentes, esta é a palavra mais usada. Outra muito comum também nesta época é solidariedade. Tanto uma quanto outra apontam para a relação entre pessoas que tem entre si um olhar de irmãos, de iguais, de alguém que se sente vinculado com o outro, que se sente ligado ao outro.
Mas num Brasil que foi dominado nestes últimos tempos pela divulgação da violência, quase diariamente, é possível que estes temas tão natalinos façam algum sentido?

Eu estive sábado com três amigos na casa do seu Zé Ferreira para conhecê-lo e sua esposa, dona Júlia. Eles são aquilo que a palavra exemplo de vida significa. Uma vida muito sofrida, que é impossível para nós entender de tão sofrida. Porém, uma vida que apesar de todas adversidades, que ainda continuam, não tem como não querer ser como eles são como pessoas. Não tem como não dizer que se o mundo fosse feitos de outros tantos Zés e Júlias seria diferente do que é.

Mas, de onde nasce personalidades como as deles? Não pode ser um esforço, uma capacidade diferente deles, até porque eles são gente bem comum. Eles foram criados numa cultura marcada pela solidariedade e fraternidade cristãs. Foram moldados dentro dessa cultura, neles o Natal é algo real, que não é feito de Papai Noel e presentes, mas do anúncio cristão, que é o Natal.

Como comentei em um post anterior, a violência (da qual tanto se falou nos últimos dias no Brasil) tem a ver com  a mentalidade de hoje, o relativismo: não existe a Verdade, porque cada um tem a sua verdade. É nessa cultura é que se criam as condições da violência: o individualismo e seu consequente cada um por si e a necessidade de consumo que não tem limite para tentar sanar a necessidade que todos temos de felicidade.

Porque nasce a violência? Seja porque o outro não é mais irmão, ou não é nada ou é inimigo, porque na busca da minha felicidade individual, não tem nada que “dificulte” mais do que o outro com o seu próprio desejo, com a sua própria necessidade.

O mundo de hoje constrói a sua cultura, a sua mentalidade tentando negar os sinais desse Natal, para que aja um respeito para aqueles que não crêem, que são muito poucos aliás, mas impregnam a nossa mentalidade. Assumem porém, a sua parcela de culpa deste mundo? Não, agem como se não fossem com eles. A imprensa, os meios de comunicação na maior parte das vezes, somente sabe nos brindar com todos os detalhes da violência, e ridicularizar aqueles que crêem. Os políticos, os líderes agem somente, quando fazem alguma coisa, para tratar das conseqüências, das raízes nem se pensa. Bate, prende bandido, mas porque existe o tráfico, porque tem o consumo? 

Tem o consumo, entre outros motivos por causa daquela necessidade que eu comentei acima, e que não pode não ser respondida. Isso é forte principalmente na juventude porque nela é mais forte esse desejo, que não encontra referências num mundo do individualismo e do consumo desenfreado.

Temos de refletir nisso, é dever de todos nós chamados formadores de opiniões. Nós que temos alguma liderança na sociedade - pais, chefes, imprensa, políticos - temos de refletir é nas raízes desse mal e não bater ou prender simplemente, porque só isso não vai resolver.
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Nós do GPC acreditamos que a pessoa, naquilo que é, ser aberto ao transcendente, ao Outro é o centro da questão. A pessoa é um feixe de desejos inextirpáveis e que apontam para a necessidade do Infinito, porque infinitos são esses desejos.

O Natal é a declaração da resposta desse Outro a essa necessidade. Olhar para isso é uma forma de começar a resolver a violência e todos os problemas que estão aí, é a nossa contribuição de cristãos a sociedade.

Nós do GPC queremos levar a sério essa mensagem do Natal. Ela também quer dizer que a política é um serviço fraterno e solidário ao outro nosso irmão, tem de aprender desses Zés e Júlias anônimos e trabalhar para eles.