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terça-feira, 30 de agosto de 2011

POLÍTICA COMO SERVIÇO

O  Evangelho diz que os poderosos governam e abusam do povo, mas que entre discípulos de Cristo deveria ser assim. Aquele que quisesse ser o primeiro, entre eles, deveria servir a todos.

É impossível não colocar-se diante dessas palavras pensando como também hoje a política normalmente não é feita para o povo, mas para o poder daqueles que governam. Somente haverá uma verdadeira política no sentido cristão quando as pessoas fizerem essa atividade como serviço ao outro.

Por isso motivo nós do Grupo Política e Cultura (GPC) colocamos como fundamental do nosso trabalho a proposta de uma cultura nova, onde a solidariedade e ajustiça social seja a nossa marca.

Ao lado, estamos disponibilizando o texto de Luigi Giussani, que tem nos servido de referência para esse trabalho e que se você quiser debatê-lo conosco entre em contato no meu email. Venha particpar de nossa próxima reunião.

Somente um movimento social assim, como fala Giussani neste texto, pode ser base para uma política e um estado de fato voltados para o bem do povo.

Cada vez que a violência no Rio de Janeiro ganha espaço nos noticiários aparecem vários artigos da imprensa destacando que é necessário e possível fazer alguma coisa para enfrentar essa verdadeira vergonha nacional.

O chama a atenção como uma marca comum entre estes artigos é a relação feita entre estes fatos e os eventos esportivos que ocorrerão nos próximos anos na cidade. De como se os governos não resolverem esta questão, existe um risco de fracasso desses eventos.

Ainda que concordemos com importância que a Copa e as Olímpiadas podem representar para o país, como desenvolvimento econômico e até social, não podemos deixar de notar como a frase de Cristo no evangelho é verdadeira ainda hoje. O problema do tráfico e da violência com ele associada somente nesses momentos interessa aos poderosos. O fato que nessas vilas existam muitos de nossos irmãos que tem a sua vida desgraçada por esta chaga a tantos anos não tem iteressado a eles0.

Vale o peso do poder econômico, mas não a vida de nossos irmãos.

Sabemos que não é um problema de fácil solução, mas que deve ser enfrentado por todos nós, especialmente por aqueles que fazem um trabalho político ou social, porque milhares de pessoas em nosssas cidades sofrem diariamente e isso é uma grande injustiça nossa com elas.

Façamos das palavras do Cristo as nossas: que a nossa política seja de verdade um serviço aos irmãos, em especial aqueles mais necessitados, e que hoje vivem nas vilas das nossas cidades.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

E A CRISE CONTINUA!


Muito tem sido falado da atual crise mundial. Uma grande vertente é quando finalmente ela estará encerrada, de outro lado existe o debate a respeito de uma experiência humana muito difundida, de que após uma crise sempre vem um período de desenvolvimento.

Evidentemente as duas temáticas estão coligadas e apontam para uma única pergunta: o que levou a crise mundial?

Certamente muitos indicarão a bolha econômica montada a partir do sistema de créditos do sistema imobiliário americano. Sim, é verdade mas o que levou a essa crise, o que levou a esse consumo excessivo?

Na minha opinião como tem aparecido também na imprensa essa é uma crise de valores. O que leva uma pessoa desejar uma casa nova se ela já possui uma que lhe atende a todas as suas necessidades? Como as pessoas veem suas necessidades?

Existe em todo ser humano, toda pessoa um coração, um feixe de exigências e evidências originais: de amar e ser amado, de justiça, de beleza e felicidade. É aqui que que nascem os desejos humanos. Se porém, esses forem manipulados criando a idéia que uma coisa nova é a possível fonte de felicidade, a pessoa fará de tudo para tê-la.

A crise é de humanidade, essa cresce muito mais na ordem do ser do que do ter, mas isso presisa ser educado, principalmente nos jovens para que não sejam presas fáceis da manipulação econômica.

Cabe a nós que temos uma procupação social e política indicar qual é a crise de verdade, e assim poderemos ter a perspectiva de sairmos dela de fato desenvolvidos, talvez não economicamente, mas certamente em termos humanos e pessoais.












terça-feira, 16 de agosto de 2011

O QUE SERÁ DE NOSSOS FILHOS? E NETOS?

Há 31 anos eu era um recém-casado e como todo recém-casado frente a qualquer situação social mais preocupante pensava: que mundo os meus filhos encontrarão?

Hoje dos meus cinco filhos três já tem sua vida profissional encaminhada, embora em fases diferentes, e os dois mais novos ainda estão no início da adolescência e finalmente aquele futuro incerto que eu olhava há trinta anos chegou.

Numa semana em que a economia mundial está cheia de incertezas (será o início de um novo ciclo do capitalismo ou o seu fim?), distúrbios sociais em Londres,  vandalismos realizados por jovens que se organizaram pelas redes sociais  e no Brasil, finalmente ontem, o ministro da Agricultura caiu, após uma série de denúncias de corrupção, numa semana em que mais um esquema no ministério do turismo é revelado, desta vez não pela imprensa, mas pela polícia federal, EU DIRIA NÃO MUDOU MUITO.

A única diferença é que hoje me pergunto: QUAL SERÁ O MUNDO DOS MEUS NETOS?

Sim, não é somente porque completei esta semana 55 anos, mas meu filho mais velho que se casara em janeiro como comentei em AH! AQUELE AMASSADO NO CARRO, me contou junto com a esposa que ela estava grávida a aproximadamente 15 dias. SIM AGORA SOU AVÔ.

Pensando no mundo da minha neta (Elisa) ou do meu neto (Pedro ou Virgílio) as minhas perguntas são as mesmas de trinta anos atrás, embora agora  aos 55 anos eu possa dizer  que os problemas  renovam, mas continuam aí nos colocando sempre as mesmas interrogações.

Mas estes trinta anos não foram a confirmação de que afinal de contas o homem continua produzindo coisas feias, que nos entristecem de compartilharmos a mesma identidade, a mesma humanidade.

Foram trinta anos em que a certeza de que o meu desejo de ser feliz, que no fundo era a grande pergunta que estava por trás da interregoração sobre o futuro dos meus filhos e agora da minha neta/meu neto, ENCONTROU  UMA RESPOSTA.

Somos feitos de grandes perguntas sobre a nossa existência (de onde viemos, para onde vamos, que significado tem o nosso tempo de existência?) que aprendi nestes anos significam o desesejo de amar e ser amado, de ser feliz enfim.

Sou feliz porque encontrei um caminho!

Hoje sou cheio de certezas de que a RESPOSTA VEIO AO NOSSO ENCONTRO NUM PERDIDO 25 DE DEZEMBRO HÁ 2011 ANOS ATRÁS E PERMANECE CONOSCO e que a vida apesar dos "WAGNER ROSSIS" pode ser vivida como homens sem que por um segundo desistamos dela com tudo aquilo que ela tem, inclusive a política, que nestes casos é a primeira coisa que sem certezas tenderíamos a retirar de nossas vidas.

Hoje tenho mais um motivo (bem pequeno neste momento) para continuar trabalhando, colaborando na formação de médicos, de profissionais de saúde, com a certeza clara de que tipo de pessoas queremos formar (do tipo humano sem qualquer sombra de dúvida).

Hoje tenho mais um motivo para continuar batalhando com meus amigos do GPC no âmbito social e político na busca de um mundo mais justo e fraterno para todos.

Se você tem também certezas e filhos e netos venha com a gente.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

SAÚDE E A HUMANIZAÇÃO DA VIDA: QUAL O CAMINHO?

Como dia 05 de agosto é o Dia Nacional da Saúde resolvi partir disso para dar continuidade a reflexão que venho fazendo no blog sobre a pessoa e sua necessidade humana. Parti na última postagem da morte da Amy Winehouse e do atentado terrorista na Noruega para falar da fome de humanidade que está presente na nossa sociedade. 

Depois fiz uma conexão dessa com a fome física, que se apresenta hoje aos nossos olhos na sua face mais aparente e intensa na África, assim a falta de humanidade de uns leva a fome de outros!

Não dá para pensar em nada mais vinculado com o tema da saúde.

Procurei no site do Minstério da Saúde e não foi proposto nenhum tema para este dia. Então eu proponho o meu:
- Dia Nacional da Saúde 2011: felicidade para todos.

De que nos adianta a saúde se não fomos felizes?

De que adianta para nós profissionais da saúde o nosso trabalho se não for para sermos felizes?

Como posso ser completamente feliz enquanto existem tantas Amys morrendo de drogas e não terão a sua necessidade de felicidade respondida?

Como posso ser completamente feliz com a existência da fome no mundo, estampada de forma tão escancancarada  nesta foto de crianças da Somália num hospital na capital do país (veja fotos)? Foram até aquele dia 29000 crianças mortas por fome? Que humanidade existe num mundo assim?

Nós profissionais de saúde e qualquer pessoa interessada no tema como um fato social ou pessoal temos de nos confrontar com o tema da humanização.

Se a fome física/a doença e a fome de humanidade não forem igualmente respondidas como poderemos considerar que existe saúde?

Mas qual o caminho devemos trilhar para chegar lá? Como humanizar pessoas? É possível?

O editorial da Revista Passos nº 129 do mês de Agosto(veja) coloca este mesmo tema e uma proposta: "quem fala do amor pelo homem, dessa paixão pela humanidade, desse olhar que se comove com a humanidade do outro? Isso é uma coisa urgente e ninguém fala disso. Todos falam de liberdade, mas ninguém é livre, todos falam de humanidade, mas ninguém é humano".
Isto torna urgente a necessidade de "um caminho pessoal", "real". É necessário nunca parar de caminhar "de ser cada vez mais certos", de aceitar o desafio de caminhar um caminho que é pessoal "e ao mesmo tempo histórico, porque é propriamente impossível não perceber que é falta de certezas que faz o homem - o mundo - de hoje ser confuso e cético. Incidir aí, tornar certo o nosso eu, é ajudar o mundo".

Buscar humanizar a saúde, o nosso ambiente de trabalho, começa em primeiro lugar em nós e isto já é um fato histórico de grande significado.

O mesmo vale para a política que, ainda mais que a saúde, necessita ser humanizada. As Amys, as crianças da Somália (que também estão no Brasil), os jovens da Noruega ou de Realengo contam com isso.

Vamos iniciar esse caminho que não pode ser feito sózinhos. Pela humanização da saúde, pela humanização da política vamos caminhar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

AMY, OSLO E A FOME NO MUNDO: COMO RESPONDER?

Durante essa semana a morte da cantora Amy Winehouse e os atos de terrorismo desencadeados na Noruega continuaram repercutindo no noticiário.

De modo geral me chamou a atenção que entre tantos aspectos envolvidos tanto num caso como no outro há um ponto de ligação entre as duas situações é o fato que por mais que se explique permanece uma pergunta: porque?

Porque uma jovem com tanto futuro, um futuro de sucesso, de fama, de riqueza, os quais tantos jovens hoje em dia buscam desesperadamente acaba com a própria vida da maneira como ele acabou? O que ela não tinha?

O que os jovens de hoje não tem que correm atrás de sucesso financeiro do modo como buscam? Será que Amy não aceitava que esta FOME de algo que de VALOR não encontrasse resposta?

Porque outro jovem acaba com a vida de tantos outros jovens como na Noruega (lembram-se de Realengo?)? É evidente que a loucura não explica tudo, essa violência também não é explicada se não virmos que ela se dá em um contexto, que é violento.

Esse contexto envolve aquela mesma situação de FOME dos jovens que buscam responder aos seus anseios e veem o outro como um inimigo na solução desta necessidade humana profunda.

Esta semana encontrei no site da revista Passos dois textos que colocam algumas questões  com as quais todos precisamos nos defrontar: Encontrar algo que corresponda à nossa espera (veja) e “Sem Cristo a rebelião contra o poder se torna loucura” (veja).

No primeiro texto Julian Carron diz "O Mistério, porém, não nos lançou na aventura da vida sem nos fornecer uma bússola para nos podermos orientar. Esta bússola é o coração. Na nossa época o coração é reduzido a um sentimento, a um estado de ânimo. Mas todos podemos reconhecer na experiência que o coração não se deixa reduzir, não se conforma com qualquer coisa. “O homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente”, diz o Papa na sua Mensagem. Nós bem o sabemos."

No segundo texto Aldo Trento diz: "O que foi que travou? O homem. O coração do homem está cada vez mais cansado das contínuas trapaças a que é submetido por um poder dominante que, tendo eliminado Deus (ou tendo-O reduzido a uma ideologia), conseguiu anestesiar o homem fazendo-o acreditar que a sua vida depende do poder mesmo. Mas, esta operação, que Luigi Giussani definia como “efeito Chernobil”, não poderia durar e não durará por muito tempo, porque nunca existirá um poder no mundo capaz de fazer adormecer, até matá-lo, o coração do homem. "

Ou seja o homem é desejo de infinito, por isso não é qualquer coisa que pode preencher esse vazio, ESSA FOME DE ALGO QUE FAÇA A VIDA, VIDA.

Mas essa fome de sentido, de preencher o próprio coração que os jovens manifestam de forma tão forte e evidente como comentei acima acompanha uma outra fome, essa física de tantos cidadãos do mundo e que nestes dias adquiriu na África tons de dramaticidade que revelam aquilo que no dia-a-dia, se não tem essa tonalidade, tem a mesma gravidade.

São milhões de pessoas que não tem as suas necessidades básicas atendidas, que não tem o que comer, o que beber, como viver, que estão em condições tão sub humanas que não conseguimos nem entender como vivem.

Essas duas fomes, a existencial e a física, tem a mesma raiz, o homem que caminha neste mundo buscando respostas as suas necessidades humanas, mas que para responder ao desejo do seu coração, como se falava nos textos que citei acima, aceita que ele seja entorpecido, reduzido, anestesiado pelo poder do mundo.

Esse poder cria a mema situação, da qual nascem a fome física da África como de tantos no mundo e a fome existencial das Amys do mundo todo.

O nosso coração como se coloca diante dessas fomes? O nosso desejo humano mais profundo como se coloca diante dessas fomes?

VAMOS CAMINHAR JUNTOS NA BUSCA DESTA RESPOSTA?