Grupo Política e Cultura, para o compromisso social
Quem somos – um grupo de amigos reunidos na participação no Movimento Comunhão e Libertação (CL), que se reconhece como pertencente a uma mesma história cristã. Dentro dessa experiência nasceu o interesse por enfrentar toda vida com um critério comum de julgar e avaliar cada fato, uma mesma visão de homem e de mundo. Temos o desejo de contribuir, de participar da vida da sociedade tendo a ação política como estratégia para o nosso compromisso social.
Segundo o Ensino Social Cristão (ESC) “A pessoa não pode encontrar plena realização somente em si mesma, prescindindo do seu ser com e pelos outros.”
De onde partimos – desse mesmo desejo nasceu a Companhia das Obras (CdO), espaço onde fomos incentivados a enfrentar o tema da política a partir de uma cultura baseada numa antropologia que tem sua origem na experiência cristã.
A CdO é uma associação que reúne obras sociais, empresas e profissionais que tem entre seus objetivos: a defesa da pessoa humana, da família, da liberdade religiosa e de educação e os princípios da solidariedade e subsidariedade.
A nossa proposta de ação política tem como base:
- uma antropologia verdadeiramente cristã;
- uma cultura da responsabilidade;
- uma política voltada para o bem comum.
- Uma antropologia verdadeiramente cristã tem como referência:
O homem como pessoa, dotado de liberdade e que existe enquanto relação e abertura a realidade enquanto transcendente.
Segundo o ESC:
“O homem considerado em sua unidade e totalidade, corpo e alma, coração e consciência, inteligência e vontade”.
“Ser pessoa à imagem e semelhança de Deus comporta um existir em relação, em referência ao outro eu”.
“Se realiza tecendo múltiplas relações de amor , justiça e solidariedade com as outras pessoas”.
- Uma antropologia verdadeiramente cristã implica que a fé tem se torne cultura, ou seja, dar base a uma visão de homem e mundo, que se torna critério com o qual julgar tudo.
A fé sem obras não é fé cristã,
Segundo Dom Giussani DG (fundador de CL) “ Uma fé que não se torna cultura é uma fé não plenamente acolhida, não intensamente pensada, não fielmente vivida.”
Dom Giussani: nos ensinou a entender a Cultura como “ consciência crítica e sistemática da realidade”. Ou seja a cultura implica abraçar cada fato da vida e julgá-lo segundo um critério adequado a nossa humanidade como pessoa.
- Uma cultura da responsabilidade – deve manter viva aquela posição original do homem da qual brotam desejos e valores. Isso impele os homens a colocarem-se juntos o que leva a se associarem e a enfrentarem as necessidades com respostas sistemáticas que chamamos de obras.
Obs. Esta cultura da responsabilidade implica uma valorização do trabalho humano como dimensão essencial da pessoa.
Dom Giussani no Livro O eu, o poder e as obras cita o Papa JP II que num discurso a UNESCO disse: a cultura tem relação essencial e necessária com o que é o homem, com o homem integral, e o que dá forma a essa unidade são as exigências fundamentais – de beleza, de amor, de justiça e de verdade, que DG chamava de coração do homem.
- Uma política voltada para o bem comum que segundo o ESC (novo compêndio) não é somatória dos bens individuais, mas algo que é de todos homens e do homem todo, permanecendo indivisível e somente podendo ser alcançado por todos.
A política deve respeitar o primado da pessoa como mencionado acima, e assim, da sociedade frente ao estado, favorecendo o tecido social criado por relacionamentos dinâmicos dos movimentos e associações – que o Papa JP II chamou de novas formas de vida.
Para isso, a política verdadeira deve defender uma novidade de vida no presente, capaz de modificar também a ordem do poder, deve favorecer o desenvolvimento social em todas as suas manifestações.
Em função disso, Dom Giussani no seu Livro O eu, o poder e as obras afirma que a política é a forma suprema de cultura e como tal tem relação essencial e necessária com o que é o homem, com o homem integral, o homem concreto com suas necessidades e problemas.