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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

2010 ano político

POLITICA E CULTURA

2009 acaba em dois dias. O que aprendemos com ele?

Foi um ano importante para confirmação do Brasil como potência emergente. Será que é possível sentirmos efeitos disso no nosso dia-a-dia. Penso que a maioria diria não. Nós pensamos que sim. Porém, não podemos nos enganar que não temos muitos problemas a resolver, na sua maioria no campo social.

Muitas vezes escutamos que o atual governo do Brasil tem um grande trabalho no campo social. Há informações de que o Bolsa Família trouxe resultados de aumento de renda da população mais carente. Ótimo ponto para ser elogiado. Existem duas ressalvas necessárias. Este programa não foi invenção do Lula nem de seu governo, pois esta política é uma proposta do Banco Mundial chamada renda mínima, e já vinha sendo praticado no Brasil. O Governo Lula tinha colocado toda sua propaganda eleitoral e de início de governo no Fome Zero (lembra dele?). Este patinou por vários motivos, e os programas do renda mínima do Fernando Henrique foram aglutinados num único programa que recebeu da primeira para a segunda gestão do Lula um grande reforço de financiamento. Não há mais o que falar em termos de programa solcial do atual governo. Será que o governo pensa que somente a mudança econômica ocasionará a resolução do nosso problema social?????
De qualquer forma na nossa visão não. Se não colocarmos a questão da educação como a maior de todas a prioridades, somente a economia não trará a resolução de todos os nossos problemas sociais, aliás será um entrave para o mesmo desenvolvimento social. Este é o primeiro ponto que consideramos ser necessário avaliar no debate político de 2010, se é que vai haver debate político, esperamos que sim.

O outro ponto que consideramos na avaliação do debate pólítico do ano que vem é o tema da sociedade e estado. em várias de nossas postagens temos tratado deste tema. existem duas posições tradicionais: liberalismo e estatismo.
O Liberalismo de um lado diz que o estado deve interferir o mínimo possível, que as forças econômicas da sociedade por si só levarão ao desenvolvimento social. Apesar de que o PT acusa o PSDB de neoliberal (terminologia alcunhada para designar as propostas da primeira-ministra Margareth Tatcher), é difícil dizer que no Brasil exista alguém totalmente liberal. A social-democracia em tese defende algum grau de intervenção do estado, para garantir o chamado estado do bem-estar (welfare state).
O Estatismo de outro lado considera que não é possível desenvolvimento social sem intervenção do estado, em maior (comunismo) ou menor (social democracia) grau.
Levados aos extremos tanto um quanto o outro tende a desconsiderar a sociedade em si, suas forças de desevolvimento.

Por isso somos a favor da posição do Ensino Social Cristão (ESC) que coloca o ponto em termos de Subsidariedade, que é um antigo preceito que diz que se uma sociedade menor (comunidade) pode realizar uma tarefa, cabe a sociedade maior (estado) apoiá-la e não substitui-la.
No Brasil somos um povo estatista, como mostrou recente pesquisa divulgada na folha de 12 de dezembro de 2009 (B10) na seção mercado aberto. Ali diz que em uma pesquisa realizada em 27 países os brasileiros são os que mais defendem uma intervenção do estado na economia (87%). Não é por menos que o vice do Lula é um grande empresário brasileiro e que num dos seus discursos de campanha defendeu o estatismo como nenhum petista ou comunista teria feito.
A subsidariedade toma em consideração que em primeiro lugar está a sociedade e sua capacidade de se organizar e dar respostas aos seus problemas. O Estado deve ser capaz sim de apoiá-la e reponder as suas necessidades. O capital numa visão do ESC deve agir do mesmo modo buscando não um lucro desenfreado mas colaborando para o pleno desenvolvimento dos cidadãos que estejam no seu campo de atuação.

Esses são os dois temas fundamentais para o GPC acompanhar o debate e o ano político de 2010: educação e susidariedade. Venha com a gente.



terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Pessoa, nem indivíduo, nem coletivo

POLÍTICA E CULTURA

Esta semana a revista VEJA trouxe uma série de reportagens cujo mote fundamental é o indivíduo em contraposição ao coletivo. Parte de uma constatação bastante óbvia que as ações coletivas são insuficientes sem a participação do indivíduo. Cita como exemplo a limpeza urbana, trazendo a fala do prefeito do Rio de Janeiro de que a limpeza da cidade seria mais eficiente se os cidadãos sujassem menos.
Um outro exemplo no mesmo sentido é a Dengue. Se todas as pessoas mantivessem os seus ambientes livre de água parada não haveria a doença. E aliás, estaremos dentro em breve preocupados com ela novamente.

A questão é o que faz com que um indivíduo se interesse pela coletividade? Claro como ele está inserido na coletividade, seria um interesse por ele mesmo. Cada um pode pensar em muitos exemplos de situações onde o nosso vizinho foi chamado a participar e não participa. Porque isso ocorre?

Do modo como nós concebemos (GPC) a questão social isso ocorre pelo próprio fato que hoje em dia se fala em indivíduo e não em pessoa. Qual a diferença?

O indivíduo é alguém entendido em separado do resto, na sua singularidade. Mas numa concepção cristã do homem não existe um indivíduo separado da coletividade, porque o homem é pessoa, ou seja a sua singularidade está vinculada a singularidade de todos homens a começar daqueles mais próximos. Eu não posso pensar a minha vida em separado dos outros porque desde o nascimento eu fui colocado num grupo, em relação com outros. A pessoa é um ser em relação, não posso dizer quem sou sem me reportar aos meus relacionamentos.

A liberdade não é algo que rompe os laços, pelo contrário os fortalece, porque é nas relações pessoais que ela cresce. O meu bem está ligado ao de todas as pessoas, a começar das mais próximas.

Assim, claro não é possível que as ações coletivas tenham sucesso sem a participação dos indivíduos, porém essa não irá acontecer enquanto esses indivíduos não se entenderem como pessoas, ou seja, alguém cujo bem desejado está ligado a construção de um bem que é de todos. Não adianta dizer para os outros que eles precisam participar mais. Ou eles percebem que essa ação é um bem para ele ou ele não participará de nada.

Por isso defendemos como nossa ação a Política baseada na Cultura, porque a política somente deixará de ser algo em quem ninguém confia quando os motivos pelos quais se faz política forem fundamentados numa cultura da responsabilidade, no qual o bem que se busca é o bem de todos, incluindo o meu.
Somente haverá política de verdade quando os políticos forem pessoas de verdade e não indivíduos, cujo principal interesse é o meu bem, que não necessariamente tem a ver com o bem do outro
Se você está interessado em construir essa política entre em contato com a gente e vamos caminhar juntos.