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terça-feira, 27 de outubro de 2009

POLÍTICA É SERVIÇO

POLÍTICA E CULTURA

Domingo retrasado a leitura da missa foi retirada do Evangelho de São Marcos capítulo 10 versículos de 42 a 43. Dizia que os poderosos governam e abusam do povo, mas que entre seus discípulos não deveria ser assim. Aquele que quisesse ser o primeiro, entre eles, deveria servir a todos.
É impossível não colocar-se diante dessas palavras pensando como também hoje a política normalmente não é feita para o povo, mas para o poder daqueles que governam. Somente haverá uma verdadeira política no sentido cristão quando as pessoas fizerem essa atividade como serviço ao outro.
Por isso motivo nós do Grupo Política e Cultura (GPC) colocamos como fundamental do nosso trabalho a proposta de uma cultura nova, onde a solidariedade e ajustiça social seja a nossa marca.
Ao lado, estamos disponibilizando o texto de Luigi Giussani, que tem nos servido de referência para esse trabalho e que se você quiser debatê-lo conosco entre em contato no meu email. Venha particpar de nossa próxima reunião.
Somente um movimento social assim, como fala Giussani neste texto, pode ser base para uma política e um estado de fato voltados para o bem do povo.

Esta semana como consequência dos fatos ocorridos no Rio de Janeiro no final de semana retrasado, onde a violência foi a marca maior na luta de gangues do tráfico, apareceram vários artigos da imprensa destacando que é necessário e possível fazer alguma coisa para enfrentar essa verdadeira vergonha nacional.
O que me chamou a atenção como uma marca comum entre estes artigos é a relação feita entre estes fatos e os eventos esportivos que ocorrerão nos próximos anos na cidade. De como se os governos não resolverem esta questão, existe um risco de fracasso desses eventos.

Ainda que concordemos com importância que a Copa e as Olímpiadas podem representar para o país, como desenvolvimento econômico e até social, não podemos deixar de notar como a frase de Cristo no evangelho é verdadeira ainda hoje. O problema do tráfico e da violência com ele associada somente nesses momentos interessa aos poderosos. O fato que nessas vilas existam muitos de nossos irmãos que tem a sua vida desgraçada por esta chaga a tantos anos não tem iteressado a eles0.

Vale o peso do poder econômico, mas não a vida de nossos irmãos.

Sabemos que não é um problema de fácil solução, mas que deve ser enfrentado por todos nós, especialmente por aqueles que fazem um trabalho político ou social, porque milhares de pessoas em nosssas cidades sofrem diariamente e isso é uma grande injustiça nossa com elas.

Façamos das palavras do Cristo as nossas: que a nossa política seja de verdade um serviço aos irmãos, em especial aqueles mais necessitados, e que hoje vivem nas vilas das nossas cidades.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ÉTICA. ÉTICA. ÉTICA NO BRASIL?

POLÍTICA E CULTURA

Este domingo a Folha de São Paulo publicou uma pesquisa no caderno Mais, intitulada "Retrato da Ética no Brasil", da qual se depreende que no nosso país nesse assunto vale mais o faça o que eu falo e não o que eu faço.
Exemplos citados no jornal: "79 % do entrevistados dizem que os brasileiros vendem voto. 33% não é possível fazer política sem um pouco de corrupção. 12 % eu aceitaria dinheiro para vender meu voto."
Em outro trecho da publicação: "para brasileiro corrupção é sinônimo de política. "

Neste mesmo dia antes de ter lido o jornal, passeando pela Lagoa da Pampulha mais uma vez fui forçado a fazer uma reflexão que já fiz muitas vezes. Um menino de cinco para sete anos andava com um coco junto com sua mãe que observava a lagoa. O menino acabou deixando o coco cair a poucos passos de um lixo. A mãe não fez qualquer menção de orientá-lo a não fazer aquilo e pegar o coco ou fazê-lo pegar (depende de como cada um educa seu filho) e colocar o lixo no lixo. Evidentemente os exemplos deseducativos dos pais em relação a seus filhos são muitos, em todas classes sociais. Evidentemente esse menino terá grande chance de, quando adulto, repetir isso.

Conversando outro dia com um jornalista, ele me disse que muitas vezes quando alguém reconhece-o em público, imediatamente pergunta se não pode dar uma ajuda para tirar carteira, sem exame evidentemente.

Poderiamos citar, ainda, muito outros exemplos. O que quero dizer é que para uma ética de verdade em primeiro lugar estou eu e meus próximos (família e comunidade a que pertenço). É muito fácil dizer que os políticos são corruptos (porque muitos deles fazem questão de dar exemplos todos os dias), porém é preciso reconhecer que na correção do problema, e principalmente em viver de modo ético, sou eu que estou em primeiro lugar.

Por isso insistimos que a política, a questão ética na sociedade, somente se resolverão pela cultura, ou seja aquele espaço de sociedade onde vivo e que essa mudança de postura diante da vida, dos outros com quem convivo no trabalho ou na vizinhança, tem de ser uma realidade hoje. Esse processo evidentemente é educativo, por isso temos sempre apontado aqui que entre todas as prioridades sociais a maior é a da urgência educativa.