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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A política tem jeito? Tem, a imprensa não sei!

Política e Cultura

Esta semana comemora-se vinte anos da queda do muro de Berlim. Sem dúvida um fato significativo na história da construção da democracia.
Ontem circulou a informação que a UNIBAN resolveu expulsar a aluna que foi agredida, por mau comportamento. Está havendo uma série de manifestações contrárias a atitude da universidade na imprensa.
Como comentamos já aqui em postagem anterior a visão da mídia é o modo como a maior parte de nós vemos os fatos, até porque hoje podemos ficar sabendo de um fato recem ocorrido e que certamente nos faltarão elementos para julgá-lo de modo adequado.

Em relação ao muro de Berlim, evidentemente um fato de relevância, podemos nos perguntar: quantos muros de Berlim continuam existindo hoje e que são esquecidos? Vejam o caso da China um dos poucos países ainda comunista, quando se trata do modo como é organizada a vida do povo, existem só os seus não direitos. É porém, o mais capitalista de todos quando se pensa nos lucros que tem sido conseguido pelo modelo econômico real adotado lá, mas que evidentemente não vale para melhorar o nível de liberdade do povo.
O povo brasileiro pobre tem muros não de tijolos que o isolam do restante dos benefícios sociais. Este muro é feito de pobreza, drogas e violência.

Vamos ver quantas vezes esta semana os muros não derrubados aparecerão na imprensa.

Quanto ao caso da aluna, entre os aspectos comentados um que me chamou a atenção foi quanto ao espaço de debate que a universidade deveria ser. De fato a universidade é uma ausência total. Duvido que esta semana será discutido o significado do Muro de Berlim, muito menos ainda dos muros não caídos. Porque a universidade está assim? Porque quando havia menos liberdade havia maior participação? O que de fato aconteceu lá na UNIBAN, até agora não entendi. Sei que a juventude que está envolvida nos fatos não tem na universidade um real espaço de crescimento humano. Vê-se pelas notícias que relatam os fatos ocorridos.

A posição que defendemos frente a notícias que nem sempre compreendemos é nos atermos aos fatos conforme é possível captá-los: que a queda do muro de Berlim é um fato a ser comemorado não resta a menor dúvida, pois de fato era um real impedimento do ir e vir, direito que qualquer pessoa deveria ter garantido.
Que uma pessoa independentemente de seu comportamento ou convicções deve ser respeitada porque a sua dignidade não vem do seu comportamento, mas de sua condição de homem, de ser humano, deve ser um critério constante de luta de qualquer pessoa interessada no bem do povo e na democracia.

Porém, se uma pessoa deve ser respeitada como ser humano pelo regime ou pelos colegas, o que de dizer dos pobres da nossa sociedade ou dos chineses ou dos cubanos. A possibilidade que a política se comprometa com qualquer causa e não somente com aqueles que estão de acordo com minha ideologia vem do fato que a raiz da política seja de fato o homem real com suas necessidades concretas.

Talvez assim a política tenha jeito, a imprensa? Bom essa já é um outro caso.

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