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terça-feira, 26 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010: COLOCAR OS PINGOS NOS IS

POLÍTICA E CULTURA

Colocar os pingos nos is é uma expressão que hoje é impossível de ser entendida.

Os jovens com a "cultura da internet" vivem uma série de mudanças comportamentais, entre elas as linguísticas, por exemplo a não utilização de acentos, e assim do pingo do "I". Sinceramente, não consigo ver o "I" sem pingo, mas de fato se um acento serve para demonstrar um som aberto ou fechado, por exemplo, no caso do "I", para que serviria o pingo? Como para escrever-se nesta nova versão da língua/internet (msn e outros) quanto mais fácil a digitação melhor: ai se vão os pingos dos is.

Talvez por isso seja tão difícil entender-se o que se fala hoje em dia, principalmente nas eleições. Não é póssível, ou talvez, não seja interessante, colocar-se os pingos nos is, que nesse caso seria dizer-se as coisas como elas são e não como é interessante que elas pareçam.

Hoje em dia, tudo é aparência.
Nas eleições o que vale não é mais a equipe que prepara o plano de governo, mas sim o marqueteiro que prepara as propostas, ou melhor as marcas, aquilo que tem que ser dito porque é aquilo que a população quer ouvir.

A saúde e educação aparecem sempre como prioridades e nesse caso, tanto Serra quanto Dilma, não fujiram a regra e tem como grandes metas de governo: saúde, educação e segurança. Mas, no final parece que é só aparência, que não é decisão de fato, que não é o pingo do "I".

Como escolher, como colocar os pingos nos is, nesse caso escolher um candidato, não porque disseram que ele é abortista ou privatizador, que é mais ou menos corrupto, mas porque parece
que ele e o seu grupo fazem política mais próximo daquilo que eu considero que seja o papel da política.
Falo parece, porque evidentemente somente um conhecimento profundo de uma pessoa permite ter um nível de certeza sobre ela. Não temos este conhecimento "certo" e "profundo" do Serra, muito menos da Dilma que é uma total desconhecida, inclusive do PT, que nem era seu partido, mas tornou-se porque as "circunstâncias" (entenda-se única e exclusivamente o interesse do Lula) mudaram.

Porque parece que o Serra e o seu grupo sejam esse candidato: porque na sua ação política fica mais claro que existem uma maior disposição ao diálogo com o diferente. Me lembro de um amigo que na época que o Serra era ministro, fez chacota, porque tinha estado no Ministério e havia somente propaganda do Lula e nenhuma do Serra. É evidente que existiam pessoas que apoiavam o ministro, porém, naquela época era grande o número de petistas no ministério, inclusive em cargos de chefia.
Foi só o PT entrar para que houvesse uma enorme mudança. Foram exonerados de cargos todo mundo (praticamente), inclusive os petistas que já estavam no ministério.

No caso da Dilma e do seu grupo (na verdade o grupo do Lula) é diferente. Eles não tem a mesma disposição e isso é uma conclusão (não é parece), porque é baseada na experiência do GPC de convívio com o PT.

Sendo assim, espero ter colocado mais pingos nos is da escolha do GPC pelo Serra.


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