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terça-feira, 17 de maio de 2011

NOVO CÓDIGO FLORESTAL OU PORQUE NÃO USAR SACOLINHA DE PLÁSTICO

Recentemente indo ao supermercado e tendo que trazer as compras para casa sem as "queridas" sacolinhas de plástico, reclamei muito dos ecologistas que com sua luta me ocasionaram este "terrível" incômodo. Após praguejar, minha esposa me falou: mas não estamos fazendo como fazíamos antigamente? Quando eramos crianças levávamos as compras para casa em sacolas não descartáveis!

Aí minha raiva diminuiu porque me dei conta que estava rejeitando a mudança de hábito porque é uma mudança de um costume, mas se considerasse o impacto das sacolinhas de plástico no ambiente, o "sacrifício" não era tão grande assim.

A partir disso comecei a refletir sobre a questão ambiental, ou  seja, sobre o impacto do atual modelo de desenvolvimento e do  consumo que resulta dele, os quais  tem destruído o ambiente onde vivemos e onde, talvez, as gerações futuras não viverão.

Impacto ambiental é o tema que  está por tráz da discussão do novo Código Florestal que está sendo votado no Congresso Nacional. Que implicações ele  terá (veja)?

Há 15 dias é um vota, não vota, dependendo das ordens que vem do palácio do Planalto. Procurei me informar sobre esse assunto e entendi que trata-se de um debate entre produtores agrícolas e ambientalistas.

A proposta apresentada, no final de contas, pelo governo parte da seguinte justificativa o nosso atual código florestal é muito duro e dificulta o desenvolvimento econômico.

Assim, segundo o governo os ambientalistas que dizem que a proposta vai ocasionar um maior impacto ambiental estão na verdade tentando IMPEDIR O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO!

De um lado está o governo que tem do seu lado o Palocci (que segundo divulgação da imprensa enriqueceu 20 vezes em quatro anos) e Sarney (que pagou um jantar de 23 mil reais com dinheiro público) e do outro muitas ONGs ambientalistas que muito vezes são chatas, mas cujo  principal interesse é defender a nossa casa, a Terra, para nós e para as gerações futuras.

COM QUEM VOCÊ FICA NUMA SITUAÇÃO DESTAS: COM OS POLÍTICOS OU COM OS AMBIENTALISTAS?

Acredito que a maioria dirá que fica com os ambientalistas.


Entre as justificativas para a mudança estaria a situação de muitos pequenos produtores rurais que no momento estariam ilegais, seria uma maneira de regularizar a sua situação.

Vamos pensar no seguinte aspecto: segundo os defensores do novo código florestal a sua revisão seria necessária porque ele seria O MAIS DURO DO MUNDO. Mas sendo assim, como criou-se a situação de ilegalidade dos tais pequenos agricultores se a nossa legislação atual é  tão exigente?

O Estado brasileiro na maior parte das vezes não é primoroso na exigência do cumprimento da lei. Por isso, não importa se a lei é forte ou fraca, importa se os governos farão com que seja cumprida.

Pode ser que mudanças por motivos econômicos sejam necessárias, o que, evidentemente, não pode ser desconsiderado. Porém, assim como eu tive de rever a minha raiva pelo não uso das sacolinhas de plástico, já está mais do que na hora de revermos o nosso modelo de produção, incluindo dentre dele o tema da sustentabilidade.

A sustentabilidade implica que o desenvolvimento econômico seja feito procurando suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas.

O atual debate é feito de um modo que dificulta a qualquer pessoa chegar a uma conclusão sua. Neste caso o problema está nos que fazem política e não nos ambientalistas, ainda que alguma coisa do que propõe devesse ser revisto.

Governo e oposição fazem o debate não pensando nas necessidades da população, mas tendo em conta interesses sobre os quais nunca temos a informação. 

Pode ser um exagero meu, mas porque o deputado Aldo Rebelo está defendendo este novo código? Ele é do PC do B, partido que deveria ser comunista, mas, que nesse caso está defendendo o oposto. Ou ele está no partido errado, ou a sua opinião atual é  incompatível com os seus princípios. Se alguém nega de modo tão explícito os seus princípios políticos, que interesse está  defendendo????

Defendo um debate claro, com toda sociedade, sobre esse assunto. Um tema do qual depende a nossa sobrevivência, de nossos filhos e netos, não pode ser decidido deste modo. Isso não  é democrático, ainda que esteja sendo feito nas instâncias em que deve ser "discutido".

Vamos debater o novo código florestal porque, sem a nossa participação política, certamente o resultado não será bom. 

Um comentário:

mariangela disse...

1. também vou sentir saudades das sacolinhas. Vou ter que passar a comprar saco de lixo o que não faço a muito tempo. De algum jeito o lixo vai ter que ser ensacado...
2.a questão é bem profunda. Quem de fato defende o interesse da pessoa? No fundo nem um nem outro...
Valeu Benê!