Semana passada abordei o tema da corrupção partindo daquilo que o Lula acabara de falar ao ganhar um prêmio em Salvador: político tem de ser casco duro (leia).
Conversei com algumas pessoas, recebi algumas mensagens e resolvi ir além na apresentação do que penso, me envolver e envolver você que está lendo agora.
Como acabar com a corrupção, de fato, não escondendo o que existe, como disse o Lula, ou justificando que aquela prática é comum, como ocorreu no caso do mensalão, quando para fugir da condenação os envolvidos diziam que o dinheiro era para caixa-dois. É ilegal, mas não é corrupção porque todo mundo faz.
De onde nasce a corrupção?
Muitos dirão que da política, como de um certo modo eu escrevi semana passada, pois disse que é necessário uma nova política que seja serviço.
Neste âmbito muitos dirão que são os atuais políticos. Ou seja precisamos encontrar aqueles que não são corruptos.
Outras pessoas dizem que são os partidos políticos e que acabar com eles contribuiria para acabar com a corrupção.
Para mim é evidente que a política do modo como é exercida na maioria das vezes, como o meu projeto pessoal de poder (ainda que as intenções declaradas sejam as melhores) ou buscando obter benefícios do seu exercício, é o principal fator da existência de corrupção nos governos. É certo que as alianças entre os partidos são alimentadas com dinheiro da corrupção e por isso a alimentam.
Mas a corrupção existe em outros âmbitos. O que significa a palavra corrupção? Signifca que algo se corrompe, se contamina, se macula. E neste caso temos falar de intencionalidade, de motivação ou seja de ética e moralidade.
O mesmo ato dependendo da intenção pode ser corrupto ou não. Não é um problema de aparências como falou Lula e falam muito políticos. O problema é porque fiz ou não fiz determinado ato, é uma escolha.
Por isso Cristo disse que o que corrompe o homem é o que sai do seu coração e não o que entra pela sua boca (Mt15:16-20).
Sendo assim, como no âmbito público podemos considerar algo como corrupto ou não? Evidentemente ninguém em sã consciência pode pretender conhecer o íntimo de quem quer seja.
Mas como julgar os atos daqueles que tem função pública seja ela qual seja? A mais simples ou a mais importante como a de presidente.
Não existe outra maneira que não seja aquilo que determina a lei. Qual é o objetivo daquela função? O uso dos recurso (tempo, dinheiro, equipamentos, equipe) devem ser em função daquilo que a lei diz que é o motivo da sua existência. Existem os modos como a administração pública faz isso, que não cabe aqui me estender.
Mas desta norma geral fica claro que se uso de um recurso público em benefício individual ou do meu grupo é uso indevido, ou seja, corrupção. Não é problema de aparência. O dinheiro é para construir escola, estrada, comprar medicamento, vacina e assim por diante. Se foi desviado para beneficiar quem quer que seja ou o que quer que seja é corrupção.
Para que isto seja de fato aplicado é evidente que há necessidade de alguém que julgue, vigie, condene, fiscalize quando existem desvios.
Não existe um estado que realmente responda as necessidades sociais sem um judiciário e legislativo atuantes. Para mim aqui está a principal causa da corrupção. Estes órgãos de estado não vem cumprindo o seu papel. No caso do judiciário somente podemos agir indiretamente. Mas a nossa força está na escolha de quem serão nossos representantes.
Mas como o ponto de partida é o que está no íntimo de quem quer seja, então o método vai ser sempre de tentativa e acerto.
Se eu não participar do processo político, estarei contribuindo para a corrupção. Normalmente as pessoas usam como álibi a própria corrupção disseminada, mas ela ela é alimentada exatamente por milhões de decisões semelhantes. E somente pode ser mudada quando uma decisão contrária for tomada e contaminar outras tantas decisões.
Dentro de um ano estaremos escolhendo nossos prefeitos e vereadores. Uma participação que se resuma ao voto é muito pouco. Uma participação que se resuma a ver o programa eleitoral é muito pouco. Combater esse nível de corrupção nos governos somente acontecerá se cada um decidir dar um pouco mais de seu tempo para a participação política do que vem dando.
A minha proposta, que venho encaminhando com o GPC é começar agora a construir uma candidatura e participar efetivamente desde já. Se você é de BH pode entrar em contato conosco. Se não é pode ai na sua cidade fazer algo semelhante e se quiser saber o que estamos fazendo entre em contato.
Como a corrupção nasce de motivação e escolhas, o seu combate nasce do mesmo modo. Para nós nasce da intenção de que haja uma sociedade mais justa e solidária e da utilização da política a serviço dela.
Qual é sua escolha?