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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

PINHEIRINHO, EDIFÍCIO LIBERDADE E A POLÍTICA NO PAÍS

Na última semana ocorreram dois fatos, que colocados um ao lado do outro, de imediato parecem assuntos  sem relação entre si. O primeiro foi a operação de reintegração de posse executada pela polícia militar de São Paulo no Pinherinho em São José dos Campos. O segundo foi o desabamento de três prédios no centro do Rio de Janeiro.

A operação de reintegração de posse foi realizada pela PM paulista como execução de uma ordem judicial. De um lado o  PSTU buscando a radicalização da resistência. De outro os governos municipal e estadual (ambos do PSDB) buscando a retirada das pessoas a qualquer custo. No meio 1600 famílias que lutam exclusivamente pelo seu direito inalienável de ter uma habitação digna.

O desabamento dos três prédios no Rio não tem PSTU nem PSDB, mas revela o modo como a construção civil é realizada no país. Segundo as últimas informações as causas seriam inúmeras mudanças que o Edifício Liberdade vem sofrendo ao longo dos anos e que ocasionaram aumento de peso (o edifício teria sido projetado para ter 15 andares e teria agora 20) e enfraquecimento da estrutura.

As últimas mudanças foram realizada pela empresa TO, da área de informática e  teriam contribuído para o enfraquecimento da estrutura que vinha ocorrendo. No meio 600 pessoas que trabalhavam no prédio e que estavam sob o risco de morte. Foram "somente 20 e poucas pessoas" poderiam ter sido mais de 1000.

UMA VIDA HUMANA TEM UM VALOR QUE NUNCA PODE SER REPARADO EM UMA PERDA COMO ESTA.

Para mim os dois casos revelam a desconsideração na sociedade brasileira com o valor de um ser humano, de uma pessoa "sem valor" como essas do Pinheirinho e dos três edifícios. Penso que este é o ponto comum dos dos dois casos: A FALTA DE RESPEITO AO VALOR DA PESSOA HUMANA.

No caso do Pinheirinho 1600 famílias sendo massa de manobra de interesse políticos e econômicos. No caso do Edifício Liberdade outras 600 famílias colocadas em risco por interesse econômicos e certamente desconsideradas pelo poder público a quem cabe fiscalizar uma situação como essa.

Esse é o nó da questão: enquanto a pessoa humana com seu direito de ter habitação e ter segurança para morar, de ter trabalho e segurança para trabalhar, não for o centro do debate econômico, social e político no Brasil continuaremos enfrentando situações como essas e como as enchentes.

Mas quem vai se interessar por gente simples como essas? No máximo tem tido valor como possibilidade de fazer número e garantir que os meus interesses políticos ganhem força.

As eleições deste ano são uma oportunidade para cada um de nós participar desta mudança, pois a política é  primeiro âmbito onde este interesse pelo outro, pelo meu irmão, pela pessoa que vive ao nosso lado ou não, precisa ser recuperado e assim permear todos os outros ambientes da nossa sociedade.

RENOVA BRASIL. RESPEITA BRASIL.

4 comentários:

Letícia disse...

Olá Bené.. Achei muito interessante o texto que você escreveu. O mais engraçado é que em ambos os casos eu cheguei a pensar nessa questão de como a vida (alheia) tem tido pouco valor ao homem. Como aquela história de 'somos todos igual, braços dados ou não' ficou marcado somente como uma bela canção..Falta ao ser humano a verdadeira essência do que é 'humano'. Mas eu ainda não tinha pensado nos dois casos como um conjunto, como uma forma de mostrar à sociedade o perigo de se alienar com certas questões e mostrar também que nos falta por em prática nossos valores cristãos. Parabéns pela observação.

Raymundo Carmo disse...

Dr. Benedito Scaranci,
Pressão! Isto tudo é pressão em travar a liberdade,o respeito pelas pessoas humanas. Em também, não permitir que se expressem....derrubando com apenas “um empurrão”. Na verdade, nenhuma pessoa pede isso, mas sob pressão acabam sofrendo, como nestes dois casos em que desabou os edifícios interrompendo muitos ideáis e conquistas. E pelas inúmeras famílias, pessoas humildes, em que são usurpadas pela própria negligência política, que a Cãmara Municipal, aprovou “Lei inconstitucional” denegrindo a imagem e mesmo os direitos sociasi básicos de qualquer cidadão, que morava no “Pinheirinho”. ABSURDO!!!

Dividiram, partiram as famílias que perderam primeiramente o respeito para com seus filhinhos, seus amados e do outro lado em não possuir um teto. Colocando pessoas nas ruas, NÃO! Jogando, desmoralizando...sendo que a responsabilidade È DOS GOVERNANTES.

Tudo bem!
É o terror de saber a que ponto chegou o mundo, esta sociedade contemporânea. Fico a observar alguns bons amigos, conscientes que gritam 'Deixe-nos sair!' 'Deixe-nos sair!'

Rezo, Dr. Benedito! Oro para que o amanhã me deixe mais animado, que cada pessoa tenha sua fluência em participar e divulgar, como você o faz. Dando pontapés por aí - Chutanto as hipocrisias. Estes serão os dias em que mesmo não chovendo, transbordará.

Sinceros abraços,

Raymundo Carmo.

Dr. Benedito Scaranci disse...

Amigos
Obrigado pela leitura do meu blog e pelas observações.
Conto com vcs como amigos na minha caminhada.
Benedito Scaranci

Erivelton Geraldo Nepomucemo disse...

Olá Benedito,

Estava em São José dos Campos no dia da ocupação. Em um bairro na cidade vizinha, em visita a um cunhado, vi os helicopteros chegando, as bombas explodindo. Há 2 km, seguro, vi reações de alegria, tristeza, absurdo. Um terreno de alguém que deve 16 milhões aos cofres públicos. Independente das articulações políticas para aumentar o êxito nas eleições municipais (a maioria da população de São José - e que tem moradia, emprego e bem-estar - aprovam a iniciativa da reintegração) ou enfraquecer posturas estaduais - fotógrafos estavam a postos para registrar violência - a vida humana no Pinheirinho não foi respeitada. Quase dois mil policiais dizimaram e levaram caos a um sem número de pessoas. É certo que havia joio no meio do trigo. Mas cabe as autoridades a separarem o joio, a fazerem justiça, a punir traficantes e corruptos que nesta região se alojaram. Para mim ficou claro que governo municipal e estadual poderiam ter evitado essa tragédia.