A revista VEJA da semana passada (Veja nº 2222, pags. 76-77) trouxe uma matéria a respeito da carta que a presidente Dilma enviou para o ex-presidente FHC por ocasião do seu aniversário de 80 anos. O aspecto que chama a atenção é o reconhecimento da contribuição que ele deu quando ocupou a presidência do país. Deixou claro também as diferenças que existem entre eles, mas declara que isto não a impede de tomar esta atitude.
FOI UM ATO DE GRANDE NOBREZA!
É deste modo que a democracia será construída.
É desnecessário dizer que em oito anos Lula sempre afirmou o contrário, assim como todo o PT seguindo seu exemplo também sempre fez. Neste caso, a lógica é: para mim e para os meus amigos todos os louros, para os "inimigos" a guerra.
Assim não se contrói a democracia.
Não me interessa aqui discutir, como tem sido feito pela imprensa, que agora Dilma está se descolando do Lula. Não sei se isto está acontecendo, acho difícil que venha a acontecer, mas isto não tira nada da importância social do gesto da presidente, qual seja, dar um bom exemplo para todos, em especial para os jovens. Deste modo Dilma e FHC (que retribuiu a carta com a mesma abertura) mostram que é possível discordar sem que o outro se transforme num inimigo. O outro pode até ser um adversário político, mas não é um inimigo e nossa relação é de debate, mas nunca será GUERRA.
Isto é um grande exemplo que a presidente está dando de um política diferenciada, mesma que eu continue discordando de outras posturas dela, como por exemplo no caso Palocci ou Erenice Guerra.
Quero continuar com a temática do poder: o que a Dilma tinha, nesse caso, era o poder de continuar afirmando uma falsidade como seu antecessor ou o de resgatar a verdade. Optou pela verdade em detrimento de um política nociva.
É claro que uma decisão na vida pública deve ter correpondência em decisões na vida privada. Aqui reside um âmbito da vida onde normalmente se escorrega: não vai ser reconhecido, vai ficar escondido, tudo bem, não tem repercussão na imprensa tudo bem!
É evidente que não é assim, a Verdade sempre será mais importante que a mentira, ainda que seja escondida.
Fiz essa reflexão enquanto caminhava pela Lagoa da Pampulha. Normalmente enquanto você anda tem de desviar de pessoas andando de bicicleta que não deviam estar andando ali, pois a área para ciclistas é outra. E a sujeira dos cães de estimação que são deixadas no passeio só esperando o primeiro distraído. Normalmente eu brigaria porque acho um absurdo, me ocasiona uma grande raiva, porque para mim é uma forma de desrespeito.
A primeira reação é pensar: se eu fosse prefeito, ou administrador da regional Pampulha, resolveria criando impedimentos para que isso ocorresse. Mas eu não sou, e não serei, como faço, parto para a briga?
Seria incoerente eu dizer aqui no meu blog o que venho dizendo sobre o poder e na minha vida privada agir de modo diferente. É evidente que as pesssoas que agem do modo descrito acima estão desrespeitando AOS OUTROS. Porém, qual a solução? O uso da força se tenho poder físico. Mas e se não tenho? Uso uma arma, que parece não ser muito difícil conseguir, se tenho o poder do dinheiro para comprar. E se não tenho? Roubo se tenho o poder da "esperteza" para fazê-lo.
Enfim nesta lógica do PODER o OUTRO só pode ser inimigo e a solução será sempre uma violência: quer seja dizer que a pessoa fez algo que ela não fez (como no caso Lula/PT e FHC) ou fazer uma violência física, como existem tantos exemplos e o último mais estarrecedor foi o do Realengo, são do ponto de vista do que é verdadeiro a mesma coisa.
Enfim nesta lógica do PODER o OUTRO só pode ser inimigo e a solução será sempre uma violência: quer seja dizer que a pessoa fez algo que ela não fez (como no caso Lula/PT e FHC) ou fazer uma violência física, como existem tantos exemplos e o último mais estarrecedor foi o do Realengo, são do ponto de vista do que é verdadeiro a mesma coisa.
No uso do PODER seja no espaço micro do dia-a-dia de todo o mundo (dos sem poder) ou no espaço macro da política (dos que tem poder) sempre vou me deparar com o OUTRO, que exatamente por ser outro é diferente de mim.
A questão então é usar do poder de modo que o outro nunca seja um inimigo, no poder/ ou política como SERVIÇO o outro é sempre um IRMÃO.
Qual tipo de poder você quer escolher para sua vida e para o país, para o seu estado ou a sua cidade?
A Dilma e o FHC nos deram um grande exemplo!
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