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terça-feira, 20 de março de 2012

E SE FOSSE O CRISTO REDENTOR!?

No dia 06 de março o Conselho de Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou a retirada dos símbolos religiosos (entenda-se crucifixos) das dependências da Justiça gaúcha.

Essa decisão tem gerado muita discussão desde então:

Essas posições e opiniões são bastante antagônicas, de onde vem uma diferença de percepção tão extrema?

Do fato que todos partimos de valores que acreditamos. As decisões sempre expressam as nossas identidades.

Os juízes que tomaram essa decisão, que em tese é para a defesa de um estado "neutro", fizeram  isso  por  valores  nos quais acreditam.

Existe algum juiz que tome decisões sem que tenha valores nos quais acredita? Não é possível para nenhum de nós, nem mesmo para os juízes, que muitas vezes se sentem acima de nós mortais. Eles não foram neutros.

Porque a decisão de que nenhum valor seja expresso é melhor do que a decisão de expressar todos os valores? Eu acredito que é mais democrático que todos se expressem, porque a identidade de cada um é sempre o  ponto de partida de suas escolhas. Conhecer a identidade de alguém nos torna capazes de compreender as suas escolhas.

Certamente existem pessoas que entram naquele tribunal e se sentem mais seguros pela presença  do crucifixo pelo fato que ele significa justiça na nossa sociedade. Essas identidades não foram defendidas. Isso não é justo!

Quem decide  onde esta a razão? O "estado" (aqui se entenda somente um conselho de magistratura) se escolhe que nenhum símbolo pode ser exposto não está tomando uma decisão contrária a tantos que pensam exatamente o contrário?

O interesse de decisões como essa buscam obrigar aos que  tem fé que a vivam como fato privado, tão privado, tão privado que nunca tenha nenhuma incidência histórica. Vejam o caso da aeromoça da British Airwais que foi pressionada por usar uma cruz de forma aparente (veja). Esse caso não é único, existem já muitos outros.

Por isso escolhi o título acima,  vamos imaginar se alguém  decidir que como o Cristo Redentor  é um monumento público que expressa uma religião deve ser destruído!?

E se alguém quiser decidir o que posso acreditar ou não, o que posso pensar e falar e o que não posso.

Onde está o limite desse movimento?

Quem decidirá?

Eu prefiro o real espaço democrático no qual a defesa de "minorias" não  é feita nunca contra ninguém. Uma coisa é diferença outra é desigualdade. Expressar uma diferença (sou cristão, sou muçulmano, sou ateu) não é uma desigualdade (sou melhor porque sou cristão e tenho mais direitos de quem é muçulmano ou ateu).

Como comentei semana passada a sociedade progredirá em termos democráticos se houver respeito as diferenças e intolerância com as desigualdades (quem é melhor a mulher ou o homem?).

A ação do Conselho de Magistratura do Rio Grande do Sul não é uma decisão que expressa a sociedade brasileira, nem mesmo a do estado brasileiro, por isso não é em hipótese nenhuma DEMOCRÁTICA.

RESPEITA BRASIL. RENOVA BRASIL.

Um comentário:

Alex disse...

O próprio voto do relator da decisão refuta este post, bem como as absurdas situações imaginárias citadas nos trechos finais do post.

Caso não tenha visto, no link a seguir há alguns trechos:

http://alexrnbr.wordpress.com/2012/03/07/mais-um-pouco-sobre-a-vitoria-da-laicidade-no-rs/