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terça-feira, 16 de novembro de 2010

O QUE DESCASO DO ENEM TEM A VER COM JOVENS RACISTAS

POLITICA E CULTURA
Semana passada escrevi sobre dois fatos que mostravam atitudes de jovens com outros jovens cheias de intolerância e desrespeito. Fiz um paralelo com o ENEM 2010.
O que tem a ver entre si? Espero que a minha postagem tenha explicado o meu ponto de vista.

Nesta postagem quero aprofundar o tema que a meu ver se dá no âmbito da cultura, que é aquele elo que liga cada fato entre si, tem a ver com a visão de homem e de mundo que está por trás de cada fato que acontece. É aqui que penso possa ficar mais claro o meu ponto de vista.

O Papa em recentes pronunciamentos tem alertado para a mentalidade dominante de hoje, o relativismo. O relativismo é aquela visão que diz que não existe uma verdade, mas verdades, que cada um pode chegar segundo o seu próprio caminho e história, e não existiria nada que ligasse estas histórias, cada um tem o seu modo particular de ver a verdade, a sua verdade.

Sendo assim, o que dizer a alguém, branco, rico, magro e vivendo num estado no sul/sudeste do país sobre seu preconceito contra negros, pobres, obesos e nordestinos. O seu racismo não é sua verdade? O seu ódio contra obesos, negros e nordestinos não é sua verdade?

Isso evidentemente ninguém, a não ser eles próprios, aceitaria. Porque? Uma sociedade da tolerância não deveria ser tolerante com eles também? Não, mas porque há algo em nós que diante de uma injustiça se revolta, mesmo que não nos atinja.

Esse desejo de justiça, que se insurge contra qualquer injustiça que nós tomemos conhecimento não seria algo que está além da individualidade de cada um, da cada história particular, de cada verdade particular? Sim,

Mas, na nossa sociedade fomos ensinados a não acreditar nisso e por isso surgem todos os dias, fatos que tem todos a mesma cara: intolerância, racismo, desrespeito ao outro. Anteontem foi um jovem agredido por outros jovens na Avenida Paulista em São Paulo.

Mas, o que o ENEM tem a ver com o relativismo. Como falei acima, a cultura é aquilo que liga cada fato a todos os outros que acontecem. Como se ensina as pessoas essa mentalidade dominante de hoje, o relativismo? Através de cada fato que acontece.

Assim, as pessoas que tem autoridade social através do seus atos ensinam aos outros uma mentalidade. As ações dos políticos, do governo do Lula, ensinam aos jovens uma mentalidade. Um desrespeito com jovens (o ENEM 2010) ensina a eles que o mundo é de desrespeito, que é cada um por si defendendo seus próprios interesses de branco, rico, magro morando num estado no sul/sudeste do país.

Quando o presidente diz: nunca antes na história desse país, sobre qualquer coisa que ele quer afirmar que foi um feito do governo dele, que mensagem ele está ensinando? Quando diz que ele faz um governo para os pobres enquanto os outros para os ricos que tipo de mentalidade está ensinando? Quando diz que o DEM é um partido a ser eliminado, que tipo de mensalidade está ensinando?

O critério supremo do presidente Lula é a política, ou melhor, a sua vitória política, ou melhor, a permanência do seu grupo no poder. Ainda que fosse por acreditar que isso é algo bom para os brasileiros, que tipo de mentalidade está ensinando?

Evidentemente Lula e todos os que agem como ele fazem da política a mentalidade de que para vencer vale a pena qualquer coisa, ou seja, a minha verdade.

Nem todos os políticos são assim. O GPC tem buscado construir uma forma de fazer política baseada na valorização da pessoa, ou seja, naquele núcleo de desejo de verdade e justiça que existe em nós, que torna possível construir uma história comum.


O texto que apresentei abaixo trás o exemplo de um amigo nosso, Marcos Zerbini, reeleito deputado estadual, que faz política como algo que tem a ver com todos, uma política que não é relativa, mas está no caminho em busca do Absoluto na vida.

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