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terça-feira, 2 de agosto de 2011

AMY, OSLO E A FOME NO MUNDO: COMO RESPONDER?

Durante essa semana a morte da cantora Amy Winehouse e os atos de terrorismo desencadeados na Noruega continuaram repercutindo no noticiário.

De modo geral me chamou a atenção que entre tantos aspectos envolvidos tanto num caso como no outro há um ponto de ligação entre as duas situações é o fato que por mais que se explique permanece uma pergunta: porque?

Porque uma jovem com tanto futuro, um futuro de sucesso, de fama, de riqueza, os quais tantos jovens hoje em dia buscam desesperadamente acaba com a própria vida da maneira como ele acabou? O que ela não tinha?

O que os jovens de hoje não tem que correm atrás de sucesso financeiro do modo como buscam? Será que Amy não aceitava que esta FOME de algo que de VALOR não encontrasse resposta?

Porque outro jovem acaba com a vida de tantos outros jovens como na Noruega (lembram-se de Realengo?)? É evidente que a loucura não explica tudo, essa violência também não é explicada se não virmos que ela se dá em um contexto, que é violento.

Esse contexto envolve aquela mesma situação de FOME dos jovens que buscam responder aos seus anseios e veem o outro como um inimigo na solução desta necessidade humana profunda.

Esta semana encontrei no site da revista Passos dois textos que colocam algumas questões  com as quais todos precisamos nos defrontar: Encontrar algo que corresponda à nossa espera (veja) e “Sem Cristo a rebelião contra o poder se torna loucura” (veja).

No primeiro texto Julian Carron diz "O Mistério, porém, não nos lançou na aventura da vida sem nos fornecer uma bússola para nos podermos orientar. Esta bússola é o coração. Na nossa época o coração é reduzido a um sentimento, a um estado de ânimo. Mas todos podemos reconhecer na experiência que o coração não se deixa reduzir, não se conforma com qualquer coisa. “O homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente”, diz o Papa na sua Mensagem. Nós bem o sabemos."

No segundo texto Aldo Trento diz: "O que foi que travou? O homem. O coração do homem está cada vez mais cansado das contínuas trapaças a que é submetido por um poder dominante que, tendo eliminado Deus (ou tendo-O reduzido a uma ideologia), conseguiu anestesiar o homem fazendo-o acreditar que a sua vida depende do poder mesmo. Mas, esta operação, que Luigi Giussani definia como “efeito Chernobil”, não poderia durar e não durará por muito tempo, porque nunca existirá um poder no mundo capaz de fazer adormecer, até matá-lo, o coração do homem. "

Ou seja o homem é desejo de infinito, por isso não é qualquer coisa que pode preencher esse vazio, ESSA FOME DE ALGO QUE FAÇA A VIDA, VIDA.

Mas essa fome de sentido, de preencher o próprio coração que os jovens manifestam de forma tão forte e evidente como comentei acima acompanha uma outra fome, essa física de tantos cidadãos do mundo e que nestes dias adquiriu na África tons de dramaticidade que revelam aquilo que no dia-a-dia, se não tem essa tonalidade, tem a mesma gravidade.

São milhões de pessoas que não tem as suas necessidades básicas atendidas, que não tem o que comer, o que beber, como viver, que estão em condições tão sub humanas que não conseguimos nem entender como vivem.

Essas duas fomes, a existencial e a física, tem a mesma raiz, o homem que caminha neste mundo buscando respostas as suas necessidades humanas, mas que para responder ao desejo do seu coração, como se falava nos textos que citei acima, aceita que ele seja entorpecido, reduzido, anestesiado pelo poder do mundo.

Esse poder cria a mema situação, da qual nascem a fome física da África como de tantos no mundo e a fome existencial das Amys do mundo todo.

O nosso coração como se coloca diante dessas fomes? O nosso desejo humano mais profundo como se coloca diante dessas fomes?

VAMOS CAMINHAR JUNTOS NA BUSCA DESTA RESPOSTA?

2 comentários:

marcelo d apgaua disse...

O amor, a raiva, a vaidade, a FOME, o mêdo. Tudo pode ser percebido consciente e inconscientemente do frio absoluto existente ou inexistente no infinito ao calor extremo de supernova e ainda, no caso de seres que são capazes de raciocinar se reconhecendo analiticamente como vivos, vivido na mais avassaladora expressão do EU ao profundo TU-ELE que se expressa na ausência plena que também se faz percebida pela presença plena do TAO. Estes, aparentes, quatro limites para cada "paixão ou necessidade" existem em do consciente ao inconsciente, individuais ou coletivos formando grandes e insondáveis espaços e opções a aquele(s) que vivem e ate aos que não vivem mas inspiram...

Assim, entendo, que não é uma FOME e sim o resultado da fartura dolorosa e desregrada da VIDA.

Talvez devêssemos resgatar elementos de apoio confucionistas para tratarmos das questões e dos caminhos da humanidade. O excesso não está fazendo bem a ninguém!

abraço carinhoso

Marcelo Darwich Apgaua

Dr. Benedito Scaranci disse...

O excesso de coisas vem para tentar preencher um vazio de ser, uma fome de ser. Por isso percebendo o excesso precisamos nos perguntar o que se busca com ele, no fundo encontramos este buraco de vida.