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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

NATAL: TEMPO DE RENOVAÇÃO

Essa semana entre o Natal e o Ano Novo é uma semana especialmente marcada pela reflexão sobre o tema da RENOVAÇÃO, do NOVO. Passamos o ano conversando de política, algumas vezes falamos de ambiente, outras de saúde ou educação. O que seria o novo na sociedade brasileira? Como renovar a sociedade brasileira?

O pano de fundo de tudo que escrevi com o intuito de induzir reflexão e debate foi contribuir socialmente na construção de nossa democracia, de um movimento de cidadania que somente ocorrerá na medida que cada um de nós se colocar a disposição de participar.

É evidente que todos que trabalhamos nos diferentes ambientes de trabalho contribuímos no mesmo instante que fazemo o nosso ofício com a sociedade brasileira. Mas dar um tempo a mais em qualquer iniciativa social é o modo que podemos contribuir com a mudança que, em tantos momentos comentamos aqui, se faz cada dia mais necessária.

A mudança na política é um aspecto dessa mudança social necessária, mas a mais difícil de acontecer na nossa sociedade em função de anos e anos de desvios. Se considerarmos a nossa recente história de república (122 anos) passamos a maior parte do tempo vivendo regimes não democráticos (ditatoriais). Nos períodos democráticos pré e pós-Getúlio e pós-ditadura militar a política brasileira foi dominado por oligarquias que permanecem no poder mesmo nos chamados governos populares de Lula e Dilma.

Quem é o grande ausente em todo esse processo?

O POVO BRASILEIRO. A sua participação é grande renovação.

Mas porque essa ausência ocorre?

Como apresentamos aqui inúmeras vezes por dois movimentos opostos e contraditórios:
- o povão, o povo simples que vive nas piores condições sociais sofre entre tantas discriminações a discriminação educacional, problema tantas vezes apontado como prioridade, mas quase nunca enfrentado como prioridade. São muitos os indicadores de que estamos longe de enfrentar este desafio. Essa parcela da população vive, exatamente por essa condição social, sob o jugo do populismo de direita ou de esquerda.
- a outra parcela somos nós que não fazemos parte das oligarquias, mas que recebemos uma condição social mais favorável, incluindo uma melhor condição educacional. Nós na maioria das vezes permanecemos a margem porque nos cansamos do modo como ocorre a política no país.

Esse para mim é o pano de fundo! É aqui que temos de renovar!

Apontar a grande prioridade da educação para A NOSSA DEMOCRACIA e convidar todos que tem lido o meu blog a participarmos juntos.

Olhando o PRESÉPIO é isso que descobrimos O NOVO SEMPRE VEM. Esse novo é uma PESSOA que veio ao nosso encontro por AMOR.

A renovação começa aqui, o novo começa aqui, acolhendo ESSE QUE VEM AO NOSSO ENCONTRO.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

NEM LULA, NEM FHC. NEM DILMA, NEM SERRA. O QUE IMPORTA É O POVO BRASILEIRO.

Esta semana após o meu último post fui interpelado por dois amigos, leitores do meu blog, mas que tem se sentido incomodados com as minhas críticas a membros do governo federal e por "inexistirem" críticas a outros governos ou partidos.

Um deles publicou um comentário a minha última postagem que sugiro leiam para entender a sua crítica (leia aqui). O outro sugeriu que eu falasse do livro privataria tucana e me indicou esse site que disponibilizo aqui para quem quiser procurar maiores informações (veja).

Eu já explicara para os dois e agora faço no meu blog que a intenção é o debate de idéias não o proselitismo partidário. Para explicar mais o que quero dizer vou me concentrar em duas idéias que sairam nos dois emails e que tenho buscado tratar neste espaço.

Em primeiro lugar eu sou filiado ao PSDB, mas não tenho o partido como referência para as minhas opções políticas. Não voto há algum tempo no PT porque a minha referência é o movimento de amigos do qual participo há alguns anos que é a CdO/GPC. O nosso principal critério político é a valorização da sociedade, da iniciativa social na busca de solução de problemas em detrimento das soluções estatais e estatizantes.

Em segundo lugar estou absolutamente de acordo com duas idéias que eles expressaram e que eu já abordei aqui: não foi o PT que inventou a corrupção e a imprensa nunca divulga notícia sem que algum interesse esteja sendo defendido ali, e muitas vezes esse interesse é dinheiro mesmo.

Mas onde está a divergência? No fato que eu realmente acredito nisso, não acredito em nenhum partido político, não é somente no PT, acredito que os políticos, seja quem for, erram como eu e qualquer pessoa humana.

Por isso nunca adotei como critério de análise política o partido, se a pessoa parece ética, se ela parece defender alguma idéia progressista, etc, que vejo muitas vezes são critérios de amigos meus que apoiam o PT porque acham (ainda) que lá estão os únicos bons da política.

Para mim o que vale é que as necessidades reais das pessoas, concretas, estejam sendo atendidas e se me parece que não estão, tento debater o porque aqui.

No meu último post falei da consultoria do ministro Pimentel. Se a imprensa é considerada tradicional, marrom, mal intencionada, como às vezes tenho escutado, não é para mim a questão central, mas se é verdade ou não que o Pimentel recebeu 2 milhões de reais por uma consultoria aparentemente desnecessária e que cheira a tráfico de influência. Esse para mim é o ponto, não estou querendo dizer vejam o PT ou a Dilma são corruptos, simplesmente colocar a pergunta para que serve a política?

Para o enriquecimento de quem quer que seja?

Não a política é um serviço para o bem comum, ou seja do povo brasileiro com os seus problemas quotidianos. Para mim um partido que é estatizante, que considera o privado como algo de segunda categoria (exceto quando preenche o meu bolso), que a solução  somente pode vir do Estado, faz um desserviço maior que qualquer outro partido.

Assim tenho escolhido os temas pela repercussão que tem na mídia, para debater essas idéias que são a minha referência e não me interessa proseletismo político.

Me interesso pelo FHC tanto quanto pelo Lula, pela Dilma tanto quanto pelo Serra ou Aécio. Me interesso é pelo povo brasileiro do qual fazemos parte: alguém já atuou para prevenir os malefícios das chuvas que já começaram?

Que interessa PT ou PSDB se as pessoas continuam morrendo porque ninguém resolveu usar o recurso público ou privado para atender essas necessidades ao invez de ficar com os bolsos cheios de dinheiro por falsas consultorias?

VIVA O POVO BRASILEIRO! 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

UM GOVERNO DE GÊNIOS! ANTES PALOCCI, AGORA PIMENTEL!

Esta semana foi revelada a existência de mais um "gênio" no governo federal: o Ministro Fernando Pimentel. Ele ganhou 2 milhões de reais em quatro consultorias. Como no caso Palocci ficou revelada a grande capacidade dos mesmos, pois ganharam um volume de dinheiro que outros gênios de outros campos do saber humano jamais pensaram em atingir. No meu meio, que é o médico, os mais bem-sucedidos estão longe de um resultado assim.

A consultoria foi dada a grandes empresas com "dificuldade de inserção no mercado" e nada melhor que um ex-prefeito de Belo Horizonte para aconselhá-las. Até porque elas posteriormente conseguiram grandes negócios com a própria prefeitura de BH. Mas como as perguntas e as respostas versaram sobre mercado de forma geral, segundo Pimentel a sua ação não constituiu tráfico de influência.

MAS COMO PODERIA HAVER TRÁFICO DE INFLUÊNCIA ENTRE UM EX-PREFEITO E A EQUIPE DA PREFEITURA? Afinal de contas o prefeito é outro, embora apoiado por Pimentel, o que resultou na presença de uma mesma equipe nas duas gestões. Como pensar em tráfico de influência numa situação dessas? Tudo não passa de maledicência da imprensa marrom.

Mais uma vez fico pensando como sou burro, deveria ser inteligente com Palocci e Pimentel!

Presidente Dilma você está com a palavra!

Será que cansou de agir?

Esta resposta é mais importante do que saber se é presidente ou presidenta, o que o povo espera é um presidente, mulher ou homem, que não compactue nunca com qualquer tipo de corrupção.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CÓDIGO FLORESTAL A QUEM INTERESSA? USINA DE BELO MONTE E DESTRUIÇÃO AMBIENTAL?

Esta semana reacende-se o debate ambiental no país em função da votação do novo Código Florestal pelo Congresso. Retornou junto o assunto da construção da usina de Belo Monte e da sua repercussão ambiental.

A pergunta que me ocorreu lendo o noticiário foi a quem interessa a defesa e o ataque ao novo código e a construção de novas usinas hidrelétricas no país?


A revista Veja desta semana (Edição 2246) trouxe o assunto na capa divulgando um debate que ocorreu na internet a partir de um vídeo postado sobre o tema onde artistas "globais" atacam a construção de Belo Monte (Nocauteados pela lógica, pag. 140-146). Segundo a revista as justificativas do ataque demonstram um desconhecimento deles, o que foi comprovado por outros vídeos postados por estudantes universitários que estudaram profundamente o assunto e "demonstram" os equívocos dos artistas.


Interessante notar que seis páginas depois a revista volta a uma discussão anterior sobre o tema dos emails trocados entre pesquisadores ambientais (Sem clima para o acordo, pag. 152) e que mostraram que eles exageraram deliberadamente os seus dados sobre os efeitos do clima de tal modo a forçar atitude das grandes potências mundiais no sentido do controle de emissões no ambiente.
Diante do avalanche de informações como podemos nos posicionar?


Para mim olhar para o real que aparece no conjunto dos dados é o caminho para encontrar uma posição justa diante do que acontece.


Neste caso da questão ambiental penso que são evidentes algumas coisas:
1) O uso do ambiente está envolvido com o tema do desenvolvimento econômico.
2) Existe um modo de usar o ambiente para fins econômicos, chamado de sustentável, ou seja que respeita o ambiente e o preserva de algum modo.
3) Os ambientalistas muitas vezes tem uma atitude excessiva.
4) O embate é entre um grupo muito poderoso economicamente e outro muito poderoso como idéias, mas nada do ponto de vista de grana.


Volta a pergunta: a quem interessa? A NÓS.


Nos interessa que o nosso país desenvolva? Sim, desenvolvimento significa emprego e consequentemente melhores condições de vida.


Nos interessa preservar o nosso ambiente? Sim, pois a vida sobre a Terra está ameaçada por um conjunto de situações e sem "casa" que adianta o desenvolvimento econômico? Onde habitaremos?


Como nos posicionaremos?


Depois de colocar todos os fatores envolvidos sem esquecer nenhum deles é preciso tomar uma posição, fazer escolhas.


Neste caso ambiental a proposta que tenho trazido aqui no meu blog é que entre ONGs ambientalistas e o Poder Econômico, eu fico com os primeiros porque o mais importante é refrear um dessenvolvimento não sustentável, não impedir o crescimento econômico, como muitas vezes parece que os ambientalistas desejam, mas colocá-lo a serviço de todos e não de uns o que em outras palavras quer dizer SUSTENTABILIDADE.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

DILMA, LUPI E A COMISSÃO DA VERDADE

A Presidente Dilma sancionou lei que cria a Comissão da Verdade na sexta-feira dia 18/11 quase ao mesmo tempo em que o caso do ministro Lupi caiu no esquecimento (leia).

A Comissão foi criada com a finalidade de investigar os crimes e abusos contra os direitos humanos cometidos no país entre 1946 e 1988.

O Brasil vinha sofrendo pressão internacional para a sua criação, sendo que a maior parte do países latino-americanos já criara comissões semelhantes.

A presidente Dilma disse que a aprovação da Comissão é um "passo decisivo" na consolidação da democracia brasileira. Para a Organização das Nações Unidas (ONU) a criação da Comissão, "há muito tempo aguardada", é um "passo importante para desvendar a verdade sobre as violações aos direitos humanos passadas".

Mas a quem interessa de fato a sua criação?

Normalmente fatos como esse caem no esquecimento e permanecem assim até que ocorra algum fato cuja atenção é chamada pela imprensa, como tem ocorrido no caso dos desvios ocorridos na administração federal.

Mas cadê que alguém está reclamando do fato do ministro do trabalho ter permanecido no seu posto, mesmo após ter sido pego em mentiras feitas num ambiente público como uma comissão parlamentar?

Que crimes contra os direitos humanos não podem cair no esquecimento todos concordamos, mas qual a melhor medida para combater crimes e abusos? Esclarecer claro, mas se não há punição no momento de que adianta recordar fatos que ocorreram entre 64 e 23 anos?

Mas não seria melhor esclarecer crimes e abusos contra os direitos de ter casa, escola, saúde e trabalho e que os milhões de reais desviados na administração pública brasileira contribuem para que não sejam atendidos até hoje para a maioria dos brasileiros?

Não seria melhor cria a COMISSÃO DA VERDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA para esclarecer e punir todos os crimes e abusos que ocorrem nela?

Mas isso não dá ibope e por isso é melhor deixar o ministro Lupi no lugar em que está.

A quem interessa? Qual verdade interessa na ADMINSTRAÇÃO  PÚBLICA BRASILEIRA?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

É PETRÓLEO, MAS E SE FOSSE ENERGIA NUCLEAR?!

Na semana passada veio a público a ocorrência de um enorme vazamento de petróleo na bacia de Campos no Rio de Janeiro. O vazamento foi detectado há quase duas semanas e até hoje (22/11) permanecia sem  solução.

Em entrevista o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, nos deixa a todos mais "tranquilos":
"Entendemos que esse problema não atinge só a empresa que tem o acidente. Ela atinge a indústria como um todo e atinge a sociedade. Então, nós estamos comprometidos com o conjunto de ações. Agora, não posso falar sobre casos específicos".
"Somos uma empresa que se preocupa muito seriamente com a questão de acidentes, tentamos adotar as práticas mais seguras possíveis e colaboramos da maneira mais plena e total com todas as empresas que sofrem com esse problema."

A empresa responsável  pelo  poço,  Chevron,  trabalha com a Transocean para a perfuração do petróleo, que é a mesma empresa do acidente no Golfo do México.

Vão multar a Chevron! Ok, é o mínimo, mas será que tudo o que podia ter sido feito previamente, foi feito?

A fala do Presidente da Petrobrás não nos deixa muito seguros, embora o noticiário sobre o acidente informou que foi a empresa brasileira quem forneceu os equipamentos necessários para a Chevron.

Fiquei pensando e se fosse energia nuclear, que apesar de energia "limpa", é muito mais perigosa, como estaríamos no nosso Fukushima?

Só nos resta rezar para que não aconteça conosco, porque não dá para ter esperança que estaremos preparados.

Infelizmente nesta área ambiental a única ação é a prevenção e não dá para aceitar uma tentativa presidente - tentamos adotar as práticas mais seguras possíveis.

Frente os problemas ocorridos neste período que se inicia - chuvas e perdas de casas - nos vem a pergunta:

Alguém sabe alguma coisa sobre os tais equipamentos que poderiam ter evitado muito do que aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro? Depois do acidente muito se falou de que seriam colocados e que todo o recurso necessário para a solução do problema "já" estava disponibilizado.

Alguém tem informação sobre isso?

Como comentamos na época são a vidas perdidas o principal problema ambiental.

Pode ser chuva, pode ser petróleo ou pode ser energia nuclear o resultado negativo não serão os prejuízos materiais, mas as perdas de vidas humanas e o único modo de resolver é a PREVENÇÃO, que nunca é uma tentativa, Sr. Gabrielli, é planejamento mesmo. 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

CORRUPÇÃO? MAIS UM CASO? CULPA DA IMPRENSA!!

Mais um caso de corrupção no governo federal! Coisa pequena o ministro pegou carona num jato particular para uma viagem oficial. Qual o problema foi somente uma caroninha. A corrupção pode ter tamanho? Será que foi somente uma caroninha? Aqui reside o problema: o que faz com que um ato seja corrupto é a extensão do desvio?

Não, a corrupção é que se use de algo fora da sua finalidade. Poderia até não envolver ganho de dinheiro, embora na maior parte das vezes envolva. Mas o que importa é que se use  de algo fora da sua finalidade. Usou ou não usou?

Essa é a primeira pergunta. A outra quase imediata é de quem é a culpa?

Sábado participei de um evento onde foi feita uma homenagem a Paulo Freire, quem foi recebê-la foi a viúva, Ana Freire. Uma pessoa bacana! Porém, me chamou a atenção  o que ela falou sobre as demissões de ministros ocorridos no governo federal.

Culpa da imprensa golpista! IMPRENSA GOLPISTA?!

Sinceramente eu consigo entender que a imprensa veícula informação de modo ideológico. Ela tem seu interesse e defender ou atacar um governo faz com que tenha mais ou menos dinheiro. É igualzinho aos motivos da corrrupção no governo: GRANA.

Mas porque é culpa da imprensa? Houve desvio de dinheiro ou não? Parece que sim!

Em todos esses casos e em muitos outros que nós nem descobriremos, o problema é que eles sejam revelados pela imprensa ou que existam?

Por mais respeito que tenha por Dona Ana (embora eu não a conheça) ou por outras pessoas boas como ela e pensem da mesma maneira, MAS PORQUE A CULPA DA CORRUPÇÃO É DE QUEM A REVÊ-LA?

Se a pessoa (ou a imprensa) é honesta ou não, não tem a ver com os fatos. Eles existiram? Houve mau uso de recurso público ou não?

Que a presidente Dilma, ou qualquer político que seja, diga que a culpa é da imprensa ou das ONG's, é a tentativa política de sobrevivência, mas que alguém possa acreditar nessa bobagem, é demais.

Hoje dia 15 de novembro é comemorada a República, a res publica, aquilo que é público, do povo. Indica que é de todos, de cada um de nós. Não quer dizer que é de ninguém, quer dizer que é de todos, de cada um por isso é de todos.

Hoje houve mais uma manifestação contra a corrupção. Não sei quantas pessoas estavam lá. Se foram poucas, quer dizer que agora há uma aceitação do que ocorreu neste ano?

Não, se alguém disser isso evidentemente é mentira. O cansaço pela corrupção sim pode ser a causa, mas não aceitação, basta ouvir as pessoas, basta ouvir a verdade.

Assim, para que haja uma república de fato a primeira coisa importante é a VERDADE. Não me venham dizer que a culpa é da imprensa, que as pessoas não acham que existe corrupção no governo, tanto quanto não é verdade que foi o PT que inventou a corrupção.

São  escolhas. Nesse 15 de Novembro vamos optar pelo bem público, o bem de todos, que depende de cada um de nós.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

SOMOS 7 BILHÕES! E A NOSSA CASA, O PLANETA, QUEM CUIDA DELE?

Na semana passada nós nos tornamos 7 bilhões de humanos.

Todos no mesmo planeta, lembra-se dele? Terra. A nossa casa anda meio esquecida.

A revista Veja, edição 2241 de 02 de novembro, trouxe uma reportagem sobre esse tema, mas dentro dela uma matéria específica sobre a Terra: os recursos naturais dela garantirão a vida desses 7 bilhões?

Alguns pontos interessantes:
- da massa superficial da Terra somente 0,5% dela é ocupada por toda vida existente no planeta;
- o consumo de recursos hoje excedem em 50% a capacidade de reposição da natureza;
- por isso está ocorrendo o envenenamento do planeta, diminuição das reservas  de água potável e outras consequências.

Mas se a população está aumentando como é possível estarmos consumindo tanto?

Porque nem todos consomem igual.

Os ricos consomem trinta vezes o que os pobres consomem e a população cresceu exatamente onde este consumo é menor.

Com tanta gente e tantos problemas a pergunta que me veio é: quem cuida então da nossa casa? Penso nisso porque o nosso futuro (os sete bilhões) depende evidentemente desse cuidado. Escrevi sobre o tema da SUSTENTABILIDADE onde fica claro que precisamos enfrentar um conjunto de fatores econômicos, mas principalmente sociais quando observamos a grande diferença de consumo entre pobres e ricos.

Quem cuidará dos atuais e dos próximos bilhões de habitantes? A base de qualquer verdadeira ECOLOGIA somente pode estar em colocar nos centro A PESSOA (os sete bilhões). Isso somente é possível se revermos profundamente as nossas motivações, pois alterar o consumo atual para viabilizar o presente e o futuro não é possível sem isso.

Como convencer os ricos que será bom para eles diminuir o consumo ao qual se acostumaram?

Como convencer os pobres, muitos dos quais agora estão ascendendo a condição de consumidores, de que agora na sua vez é preciso moderar o consumo?

SOMENTE SE OS SETE BILHÕES SE OLHAREM COMO IRMÃOS! UNIDOS NUMA ÚNICA FAMÍLIA.

AFINAL  A CASA É A MESMA, LEMBRA DELA!?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

CORRUPÇÃO, DE QUEM É A CULPA? DAS ONG'S, O CULPADO DA VEZ!

Depois de muita discussão em torno do caso envolvendo o Ministério dos Esportes tudo foi resolvido:
- o ex-ministro disse que pediu demissão para poder provar que é inocente (veja);
- tudo que já foi feito permanece feito;
- o novo ministro é do mesmo partido do ex-ministro e já indicou o CULPADO: as ONG's (veja)!

A explicação do novo ministro é algo a ser inscrito em anais:
- “Tenho um grande apreço pelas ONGs e pelo seu trabalho. Só que pelo próprio nome são organizações não governamentais.”
- Rebelo disse que o governo prefere desenvolver parcerias com órgãos públicos.
- “A prioridade do governo é outra, é trabalhar com órgãos do governo, mas não rejeitamos a presença nem a ação das ONGs."

Assim, ONG É NÃO GOVERNO=DESONESTA. A PRIORIDADE É TRABALHAR COM GOVERNO=HONESTO. Um típico raciocínio de GOVERNO.

Essa fala foi feita como se a corrupção tivesse sido ocasionada por ONG's e não pelo próprio governo. Um ministério, um ministro e sua equipe são governo e não ONG.

Esse será mais um desserviço dos políticos - nesse caso a turma do PC doB - a falsa idéia de que o problema é que ações públicas não possam ser feitas por entes não estatais.

A questão como falei anteriormente é que a corrupção são decisões, não é problema de governo nem de não governo. Corruptos existem tanto em um quanto no outro como afinal este caso do ministério do esporte mostrou de modo escancarado.

O problema é o objetivo de quem esteja em governo ou em ONG, neste caso, seja de um ou do outro, não era o interesse público, motivo pelo qual justifica-se a existência do governo e políticos, e que justificaria o envolvimento de ONGs na realização das ações.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

PC DO BOLSO (1): A CORRUPÇÃO DA ESQUERDA É DIFERENTE? OU SOMENTE CORRUPÇÃO?

Essa semana dominou o noticiário naconal o "esquema" montado no Ministério do Esporte pelo Partido Comunista do Brasil. Independente de serem verídicas as acusações do sargento João de Brasília, como justificar o mapa de distribuição de verbas do ministério no qual prefeituras vinculadas ao partido receberam a maior parte da verba distribuída (leia matéria sobre esse assunto).

Sendo assim a revista Época(1) desta semana deu esse novo nome ao partido porque podem ser mentirosas as denúncias do sargento, mas que chama a atenção essa mapa de distribuição de recursos, isso chama.

Será diferente a corrupção de um partido comunista da do  PMDB ou PR?

Não é em nenhuma hipótese! Corrupção nesse caso é o uso do dinheiro público de modo indevido. Mesmo que a utilização tivesse sido dentro  dos objetivos do programa (parece que não foi) o simples fato de usar deliberadamente esses recursos para atender objetivos que não são públicos é corrupção.

Se o dinheiro vai para o bolso de alguém vinculado ao esquema de desvio de dinheiro ou se vai beneficiar de qualquer modo politicamente alguém do partido (parece que não foi só isso) É CORRUPÇÃO DO MESMO MODO.

Como comentei em postagem anterior é muito difícil falar sobre as motivações de quem quer que seja, e assim até provem em contrário alguém poderá ser verdadeiramente inocente, mas do ponto de vista legal se existe um programa que deve beneficiar crianças carentes e eu ao invés de atender as mais carentes por algum critério socialmente aceito, eu atendo obedecendo critérios políticos independente das motivações É CORRUPÇÃO.

Hoje à noite houve programa do partido procurando se defender justificando tudo em cima da história do partido.

Isso não muda nada: ou existe justificativa técnica para distribuição do recurso de acordo com o mapa acima mencionada ou não tem. TEM?

Infelizmente o nosso estado não é transparente. Um cidadão como eu não conseguirá nunca fiscalizar o uso do dinheiro pelos governos: federal, estaduais ou municipais. Pode haver até informação disponível, mas o modo como é disponibilizada  praticamente impede um cidadão comum de compreendê-la.

Enquanto estiveram fora do governo os partidos de esquerda tinham a seguinte mensagem: de direita é corrupto, de esquerda ético. Hoje tendo assumido diferentes papéis de governo na sociedade brasileira esse discurso não faz mais o menor sentido. Corrupção não tem partido nem ideologia.

Sendo assim nós somente podemos nos sentir desanimados cada vez que aparece uma notícia desta. Imaginem se tudo o que acontece fosse divulgado!

Um outro fato que impressiona é que essas denúncias tem sido feitas por cidadãos cuja credibilidade é baixa. Neste caso como no mensalão (lembram do deputado Roberto Jeferson) e todos que aconteceram de lá para cá tiveram esse ponto em comum. Evidentemente os acusados usam disso para se defender e se desviam do assunto básico.

SOMENTE UMA SOCIEDADE PARTICIPATIVA PODERÁ ENFRENTAR ESSAS QUESTÕES. ISSO COMEÇA PELA ESCOLHA DOS NOSSO FUTUROS REPRESENTANTES.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

PORQUE CONFIAR EM POLÍTICOS? COMO CONFIAR EM POLÍTICOS?

Na semana passada o IBGE divulgou a sua pesquisa de opinião sobre o Índice de Confiança Social (veja) que é feito desde 2009 para avaliar e monitorar a evolução da confiança da sociedade nas principais instituições.

Como em 2009 e 2010, em 2011 a Família (90) foi a instituição com o maior indicador e os Partidos Políticos (28) Congresso Nacional (35) os menores indicadores.

Até aí nenhuma novidade, nem seria preciso fazer uma pesquisa!

Porém, ao tomar conhecimento dessa pesquisa surgiram para mim as duas perguntas acima. A primeira: PORQUE CONFIAR EM POLÍTICOS? Se a política fosse desnecessária, tudo bem, esqueçamos que existem estas pessoas chamadas polítcos. Mas, a política não somente é necessária, como é muito importante em qualquer sociedade.

Não existe DEMOCRACIA, sem política e por conseguinte sem políticos. Alguém se lembra da ditadura militar, ou de outras formas de totalitarismos no Brasil e em diferentes regiões do mundo? Para mim que vivi como jovem os anos 60 e 70 não tenho nenhuma dúvida:

VIVA A DEMOCRACIA!!! COM TODOS OS DEFEITOS QUE ELA TEM!!!

Por isso é importante para qualquer pessoa que tenha interesse em sua vida considerar a segunda pergunta: COMO CONFIAR EM POLÍTICOS?

Certamente se o político fosse de sua família ele seria confiável, mas isso não resolve nada.

Precisamos olhar para outras instituições que foram bem avaliadas: Corpo de Bobeiros (86), Igrejas (72), Forças Armadas (72), Meios de Comunicação (65) e Presidente (60) todos com indicador maior que 60.

De todos bem avaliados somente o presidente é um agente político claro. Com isso poder-se-ia dizer que não é propriamente o político mas são aquelas instâncias que estão desgastadas.

Mas são elas exatamente a garantia de que a democracia é viva, pois um país com presidente e sem congresso ou partidos nós já experimentamos e não gostamos.

Por isso eu volto a um ponto que tenho discutido aqui neste blog: como a política  nos interessa, cuidar do processo eleitoral nos interessa.

Penso que aqui esteja a questão: O COMO.

A nossa participação no processo eleitoral que começa agora não no ano que vem é a ÚNICA POSSIBILIDADE de avançarmos no Brasil.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

STEVE JOBS, SÃO FRANCISCO E PALOCCI: NÃO DESPERDICE A VIDA SIGA O CORAÇÃO

Semana passada falei de São Francisco (leia) para falar da política como serviço, como única forma de vencer a corrupção na gestão de estado, porque, como o exemplo dele ensina, ter algo pelo qual vale a pena viver é a única possibilidade de optar não por interesses individuais,  mas por aqueles que contribuem para vida de todos. Assim a política pode ser serviço e o uso do poder pode ser em função do bem comum.

Essa semana o noticiário foi tomado pela morte do criador da APPLE, do IPHONE e do IPAD, Steve Jobs. Entre tantos fatos divulgados um me chamou a atenção especialmente, o seu discurso em Stanford (assista). Em primeiro lugar até eu comprar um Ipad, há 10 meses e depois um Iphone, há quatro meses nunca tinha me interessado pelo seu criador.

No discurso ele conta três histórias da vida dele, a primeira é sobre a sua adoção, a segunda sobre a sua demissão da Apple e a terceira sobre o seu câncer. No final ele conclui que tudo de bom que existia na vida dele, inclusive o meu Ipad e o meu Iphone são frutos destas três adversidades. Entre tantas coisas que ele falou essas palavras impressionam pela riqueza humana que significam: não desperdice a vida siga o seu coração.

Fiquei impressionado porque de certo modo significa o mesmo que eu falei semana passada quando disse que São Francisco fez as opções que fez porque encontrou algo para amar e pelo qual valia a pena viver.

Assim como Francisco, Steve encontrou um amor e deu  a sua vida para isso, fez coisas belas para as pessoas. Steve não desprezou a riqueza, embora não parecia querer demonstrá-la, estava bem com ela, mas parecia que estaria bem sem ela, desde que pudesse fazer algo que amasse.

Esse amor que vale a vida fez com São Paulo dissesse: "sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando farto ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade (Filipenses 4, 12)".

É a mesma coisa que São Francisco descobriu e que Steve Jobs intuiu e que tanta falta faz hoje em dia,  principalmente no ambiente político e dos governos.

Por isso disse que não é política, nem o poder, nem mesmo o dinheiro que corrompe, mas é o desejo da pessoa que deixa de seguir o seu coração e por isso perde a possibilidade de encontrar esse Amor pelo qual vale a pena perder a vida.

Mas e o Palocci porque está no título? Não quero aqui julgar ninguém, até porque não conheço. Quero apenas colocar de frente dois fatos públicos da sua vida: Palloci quando era estudante pertencia a uma tendência política das mais radicais de esquerda a LIBELU e o ministro que foi demitido pela segunda vez por suspeita de corrupção.

O que aconteceu com o jovem que queria MUDAR O MUNDO com o SOCIALISMO? Eu acredito que ele pensava assim, porque conheci muitos jovens como Palocci na época e que tenho certeza acreditavam nisso. Onde estão estes jovens? Como o Palocci da Libelu se tornou um ministro demitido por suspeita de corrupção? Penso que vendo estes três, Paulo, Francisco e Steve lhe faltou encontrar esse amor que na juventude ele intuíra.

Assim só posso desejar a você que me lê o mesmo que Steve  desejou aos formandos em Stanford: continuem famintos, continuem bobos. Se você é um jovem e não encontrou esse Amor não desista quando lhe disserem que é coisa de jovem, porque não é, é coisa de gente. Se você não é tão jovem, procure esse jovem dentro de você coloque-o em movimento de novo porque esse Amor existe, mesmo que não o tenha encontrado.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

HOJE É DIA DE SÃO FRANCISCO. O QUE ISSO TEM QUE VER COM POLÍTICA E CORRUPÇÃO?

Hoje é dia de São Francisco, mas falar dele não é um modo de abandonar o tema da política sobre o qual venho escrevendo.

Mas o que a vida dele tem a ver com política?

Em primeiro lugar a política para não se tornar corrupção, como comentei nas postagens anteriores (veja), deve ser serviço e não busca dos próprios interesses.

Como escrevi o problema não é da política, mas do modo como ela é feita, são as opções, as escolhas que a pessoa faz.

"Como a corrupção nasce de motivação e escolhas, o seu combate nasce do mesmo modo. Para nós nasce da intenção de que haja uma sociedade mais justa e solidária e da utilização da política a serviço dela."

Ai que entra São Francisco ele ficou conhecido pelas opções que fez.

São Francisco era um jovem rico que aproveitara a vida até aquele momento, até encontrar algo pelo qual valia a pena viver e assim, deixar toda a sua riqueza para dedicar a sua vida Àquele que ele encontrou.

Muitas vezes pensamos que o problema é da política porque ela está vinculada ao poder e o poder sempre corrompe. O grande poder do mundo é o DINHEIRO, E DINHEIRO CORROMPE.

Este é o senso comum! Isto é o que nos ensinam diariamente os poderosos do mundo.

Quem não concordaria que a única solução é fugir da política para não ser corrompido pelo poder.

Mas o exemplo de São Francisco ensina que o dinheiro não é fonte necessariamente de corrupção porque se assim fosse ele teria se tornado um comerciante e não o homem que amou a pobreza. Por esse Amor que ele encontrou na vida o valor de tudo ficou secundário, tão secundário que ele abandonou tudo.

É exatamente o contrário do que acontece com os políticos quando aproximam-se do poder o dinheiro passa a ser o ponto mais importante e tudo fica secundário a isso. Daqui nascem as corrupções que temos assistidos quase diariamente serem denunciadas pela  imprensa.

Eu já me candidatei. Hoje muitas pessoas tem me perguntado se eu não vou me candidatar de novo. Se o senso comum valesse, se eu me canditasse de novo era porque estava buscando poder e dinheiro, tudo que eu tenho escrito aqui no meu blog seria mentira.

Não é porque eu também encontrei um Amor pelo qual vale a pena dar a vida. Não sou São Francisco, mas a mesma razão que ele tinha eu tenho. Essa razão gera uma companhia humana que é uma amizade, na qual eu confio inteiramente. O único modo de manter a intenção inicial não  é uma força pessoal, mas uma força da pessoa que nasce de uma companhia que foi fundada por esse AMOR que vale a pena viver.

Assim, ter algo pelo qual vale a pena viver é a única possibilidade de optar não por interesses individuais, mas por aqueles que contribuem para vida de todos. Assim a política pode ser serviço e o uso do poder pode ser em função do bem comum.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

COMO ACABAR COM A CORRUPÇÃO? LULA DEU A SUA RECEITA! EU HOJE FAÇO A MINHA PROPOSTA. QUAL A SUA?

Semana passada abordei o tema da corrupção partindo daquilo que o Lula acabara de falar ao ganhar  um prêmio em Salvador: político tem de ser casco duro (leia).

Conversei com algumas pessoas, recebi algumas mensagens e resolvi ir além na apresentação do que penso, me envolver e envolver você que está lendo agora.

Como acabar com a corrupção, de fato, não escondendo o que existe, como disse o Lula, ou justificando que aquela prática é comum, como ocorreu no caso do mensalão, quando para fugir da condenação os envolvidos diziam que o dinheiro era para caixa-dois. É ilegal, mas não é corrupção porque todo mundo faz.

De onde nasce a corrupção?

Muitos dirão que da política, como de um certo modo eu escrevi semana passada, pois disse que é necessário uma nova política que seja serviço.

Neste âmbito muitos dirão que são os atuais políticos. Ou seja precisamos encontrar aqueles que não são corruptos.

Outras pessoas dizem que são os partidos políticos e que acabar com eles contribuiria para acabar com a corrupção.

Para mim é evidente que a política do modo como é exercida na maioria das vezes, como o meu projeto pessoal de poder (ainda que as intenções declaradas sejam as melhores) ou buscando obter benefícios do seu exercício, é o principal fator da existência de corrupção nos governos. É certo que as alianças entre os partidos são alimentadas com dinheiro da corrupção e por isso a alimentam.

Mas a corrupção existe em outros âmbitos. O que significa a palavra corrupção? Signifca que algo se corrompe, se contamina, se macula. E neste caso temos falar de intencionalidade, de motivação ou seja de ética e moralidade.

O mesmo ato dependendo da intenção pode ser corrupto ou não. Não é um problema de aparências como falou Lula e falam muito políticos. O problema é porque fiz ou não fiz determinado ato, é uma escolha.

Por isso Cristo disse que o que corrompe o homem é o que sai do seu coração e não o que entra pela sua boca (Mt15:16-20).

Sendo assim, como no âmbito público podemos considerar algo como corrupto ou não? Evidentemente ninguém em sã consciência pode pretender conhecer o íntimo de quem quer seja.

Mas como julgar os atos daqueles que tem função pública seja ela qual seja? A mais simples ou a mais importante como a de presidente.

Não existe outra maneira que não seja aquilo que determina a lei. Qual é o objetivo daquela função? O uso dos recurso (tempo, dinheiro, equipamentos, equipe) devem ser em função daquilo que a lei diz que é o motivo da sua existência. Existem os modos como a administração pública faz isso, que não cabe aqui me estender.

Mas desta norma geral fica claro que se uso de um recurso público em benefício individual ou do meu grupo é uso indevido, ou seja, corrupção. Não é problema de aparência. O dinheiro é para construir escola, estrada, comprar medicamento, vacina e assim por diante. Se foi desviado para beneficiar quem quer que seja ou o que quer que seja é corrupção.

Para que isto seja de fato aplicado é evidente que há necessidade de alguém que julgue, vigie, condene, fiscalize quando existem desvios.

Não existe um estado que realmente responda as necessidades sociais sem um judiciário e legislativo atuantes. Para mim aqui está a principal causa da corrupção. Estes órgãos de estado não vem cumprindo o seu papel. No caso do judiciário somente podemos agir indiretamente. Mas a nossa força está na escolha de quem serão nossos representantes.

Mas como o ponto de partida é o que está no íntimo de quem quer seja, então o método vai ser sempre de tentativa e acerto.

Se eu não participar do processo político, estarei contribuindo para a corrupção. Normalmente as pessoas usam como álibi a própria corrupção disseminada, mas ela ela é alimentada exatamente por milhões de decisões semelhantes. E somente pode ser mudada quando uma decisão contrária for tomada e contaminar outras tantas decisões.

Dentro de um ano estaremos escolhendo nossos prefeitos e vereadores. Uma participação que se resuma ao voto é muito pouco. Uma participação que se resuma a ver o programa eleitoral é muito pouco. Combater esse nível de corrupção nos governos somente acontecerá se cada um decidir dar um pouco mais de seu tempo para a participação política do que vem dando.

A minha proposta, que venho encaminhando com o GPC é começar agora a construir uma candidatura e participar efetivamente desde já. Se você é de BH pode entrar em contato conosco. Se não é pode ai na sua cidade fazer algo semelhante e se quiser saber o que estamos fazendo entre em contato.

Como a corrupção nasce de motivação e escolhas, o seu combate nasce do mesmo modo. Para nós nasce da intenção de que haja uma sociedade mais justa e solidária e da utilização da política a serviço dela.

Qual é sua escolha?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

COMO ACABAR COM A CORRUPÇÃO? VEJAM O LULA TEM UMA RECEITA!

O ex-presidente Lula acaba de dar uma entrevista onde aborda o tema da corrupção (veja). Ele recebia o título de doutor honoris causa na Universidade Federal da Bahia onde comentou as denúncias de corrupção com as consequentes saídas de quatro ministros do governo dando a sua receita para resolver o problema:
"Político tem de ter casco duro", disse, ao se referir à saída do ex-ministro do Turismo, Pedro Novais. "Se o político tremer a cada vez que alguém disser alguma coisa errada dele, se ele não enfrentar a briga para provar que estava certo, as pessoas vão sair (do governo) mesmo."

Como sempre a culpa pelas denúncias é da "direita", que resolveu assumir a bandeira da corrupção.

Quero aqui discutir tendo em conta que muitos do que ao lerem o que vou escrever dirão: "claro ele é contra o PT". Porém, é evidente para mim que esse discurso do Lula não se restringe a ele e ainda menos ao seu partido. Podemos dizer que não há exceções enquanto siglas partidárias, embora haja exceções em termos de pessoas com militância política. Conheço algumas exceções,  são poucas  infelizmente.

 
PARA MIM PORÉM O LULA NÃO FAZ E NUNCA FEZ PARTE DESTA LISTA. NÃO ESTÁ SÓZINHO, TEM MUITOS COMPANHEIROS, MAS O SEU  ENDEUSAMENTO É ABSURDO. Porque digo isso?

Vamos ao recente discurso do Lula para compreender o que quero dizer:
"Político tem que ter casco duro". Ou seja não é um problema de VERDADE, mas de quem consegue ou não dar uma resposta. Eu sei que a imprensa muuuuuiiiittttaaasss vezes comete injustiça. Condena a priore. Ok! Porém, no caso em pauta o ex-ministro do Turismo Novaes: ele pagou uma festa no motel e sua empregada com dinheiro público somente para falar as duas que me lembro.

O problema é ter casco duro ou vergonha na cara?

Para o Lula, como está acostumado com a corrupção, o problema somente existe se o político não conseguir se defender. Ele podia dizer que as provas são falhas em relação ao ex-minstro Novaes, eu aceitaria, mas dizer que o problema é que ele é fraco na sua defesa, me desculpem o meus amigos petistas e simpatizantes: É UM ABSURDO.

O segundo ponto é o reduzir a questão a oposição e a direita. É verdade a oposição está tentando usar dos fatos para ver se melhora politicamente. É verdade se o Lula se considera de esquerda (embora isso hoje seja algo incompreensível  do ponto de vista político) quem discordar dele pode ser chamado de direita.

Mas o ponto que considero absurdo é que ele, que sempre se disse ao lado dos movimentos sociais, que nasceu de dentro dos movimentos sociais, reduza o que aconteceu no dia 07 de setembro a coisa de direita. Não foi a minha percepção. O que eu vi foi gente comum que nem quer ser de partido, nem de direita ou esquerda, mas que resolveu expressar a sua opinião.

Para mim, ao contrário do Lula, só resta aplaudir inciativas como essa. Embora eu não tenha participado, fui convidado pelo Facebook por um amigo. Espero que a iniciativa não se resuma ao que aconteceu, mas que resulte em mais debate e mais participação na política, sem o que pouca coisa pode ser feito.

É por isso que penso que o Lula é um grande mau exemplo para o país. Que a sua contribuição para a política somente serve para que cada dia existam pessoas mais desinteressadas pela política.

Eu entendo que ele se sinta em condição de dizer essas barbaridades porque continua recebendo títulos de puxa-sacos e sendo endeusado por uma população que melhorou de algum modo a sua renda, embora não a sua condição social.

Mas para quem recebeu o proveito de uma formação educativa como não ver que ele safou-se do caso mensalão, mas é evidente que ela sabia e estava envolvido. Porque como presidente ou ele era incompetente (e isso politicamente ele não é) ou estava envolvido, Ele estava envolvido como presidente do governo onde aconteceu o mensalão.

Ou como esquecer que a turma que está saindo do atual governo já estava "trabalhando" no governo dele. Ou seja se pensamos que a Dilma está fazendo um bom trabalho de limpeza, isso significa imediatamente que o Lula não fez.

Para mim o problema não é de casca grossa, embora é evidente que ela funciona, funcionou para o Lula. O problema é de porque fazer política? O que as pessoas que militam na política estão buscando?

Eu já dei a minha uma opinião em diferentes postagens aqui: POLÍTICA É UM SERVIÇO. O SEU EXCLUSIVO INTERESSE É O BEM COMUM.

Se você apoia o Lula quer dizer que o problema da política é da versão mais forte, é uma pena, mas continuamos amigos. Mas se você pensa como eu e quer uma política como serviço proponho de iniciarmos um movimento não de combate a corrupção (é muito pouco), mas de CIDADANIA E FELICIDADE PARA O BRASIL.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O QUE O ENEM TEM A VER COM CORRUPÇÃO NO GOVERNO?

NADA. OU MELHOR MUITO. Por que sim, por que não?

Desde semana passada com o resultado do ENEM 2010 por escolas muitas notícias tem sido veiculadas sobre o assunto. De modo geral nenhuma grande novidade: melhoramos, mas temos muito a melhorar (leia); as escolas privadas tiveram resultados melhores que as públicas (leia); as melhores escolas estão concentradas no sul-sudeste; e outros dados que no fundo apontam para uma única direção a educação não é de modo geral uma prioridade política no país (leia).

Sendo assim a corrupção na política seria mais causa que consequencia. Certo. Porém como vimos comentando no Blog o fato que a eleição de tantos corruptos tem como base maciça gente cuja a educação está muito abaixo do necessário, denota que isso reforça a presença destas pessoas na política.

Mas esse problema educacional não se restringe ao âmbito político, mas ao social como um todo. Na Veja desta semana Gustavo Ioschpe (Veja nº 2234) demonstrou que apesar do que muitas vezes nós pais que temos filhos em escolas privadas pensamos elas não são o nível de excelência imaginado.

Ele coloca um outro aspecto que merece a nossa reflexão, pois normalmente esses pais cujos filhos estão em escolas privadas pensam assim: o ensino público está ruim no país, mas felizmente este não é meu problema.

Aí é que reside o principal engano segundo ele: ONDE SÃO FORMADOS OS PROFESSORES DAS ESCOLAS PRIVADAS?

NA ESCOLA PÚBLICA.

Ou seja a questão da má qualidade do ensino público está vinculado a má qualidade no ensino privado. Os pais estão todos ligados entre si, ninguém neste caso pode dizer resolvi meu problema DANE-SE O RESTO.

Assim, maIs uma vez coloca-se a questão da nossa participação ou na política: ELA SEMPRE NOS ATINGE. Esse é somente mais um exemplo a que nós tapamos os ouvidos para não ouvir.

Certamente muita gente que está de algum modo sentindo o bom momento do país também pode do mesmo modo pensar. Estou com minha vida resolvida. Como no caso das escolas o problema volta para gente. Se sou um empresário o meu crescimento ficará restrito porque a infra-estrutura do país continua precária. Se tive condições do meu filho poder formar-se ele não encontrará emprego porque o nosso desenvolvimento está sendo desigual e não atinge a todos. E além disso, a face mais cruel do problema, a violência que é alimentada por essa falta de perspectiva de melhora para muitos jovens.

SOMOS UM POVO. NOSSOS PROBLEMAS SÃO NOSSOS. NÃO PODEMOS DELEGAR A NINGUÉM A SUA SOLUÇÃO E NEM IMAGINAR QUE PODEMOS NOS APOSENTAR DELES. DE ALGUM MODO OU DE OUTRO ELES NOS ATINGEM.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

CARTOMANTES NA POLÍTICA OU FAÇO O PAÍS PERDIDO RETORNAR EM UMA SEMANA

Semana passada eu li e parei para pensar quando me deparei com uma daquelas mensagens de cartomante que dizem: faço o amor perdido retornar em uma semana. A primeira coisa que me veio a cabeça é que este anúncio, como qualquer outro, indica que deve haver procura.

Claro, podemos dizer que uma pessoa apaixonada faz as coisas mais esquisitas, mas é difícil aceitar que uma pessoa possa pensar que aquilo que ela não consiguiu fazer a partir daquilo que é, seus encantos (ou não) próprios possa ser feito por outra pessoa. Ainda mais considerando que ela declara um poder não comprovado  e que é capaz de interfererir na razão e sentimentos de outra pessoa com a qual não terá nenhum contato, a não ser um pelo ou pedaço de roupa. DÁ PARA ACREDITAR NISSO? TEM GENTE QUE ACREDITA!

Em seguida pensei, mas de algum modo é o que fazemos com a nossa vida e com a vida do nosso país. OS políticos de modo geral são uma espécie de cartomante a nos dizer: ME CONSULTE QUE CONSTRUO O PAÍS DO SEU SONHO EM UMA SEMANA. Se olharmos as campanhas políticas sob esse prisma veremos que é exatamente isso.

Também como no caso das cartomantes de ofício esses trasvestidos somente estão interessados nos benefícios financeiros que irão auferir. Que a promessa seja cumprida num caso ou no outro que eu saiba ninguém cumpriu.

É tão evidente que nos passam a perna quanto é no caso das cartomantes de ofício. O QUE FAZER?

Esta semama apareceu mais uma solução: O VOTO DISTRITAL. Com ele o eleitor vai saber em que votou e pela proximidade com o político a cobrança se fará com mais certeza.

Ainda que eu seja obrigado a admitir que muita gente de quem sou amigo e em quem confio muito pode neste momento esta apoiando esta proposta, não posso deixar de pensar que é uma nova proposta de cartomante.

O problema não é o sistema de eleição, ainda que este possa vir a ser melhorado, MAS NÓS OS ELEITORES.

Enquanto tratarmos o país como o amor perdido e colocarmos a solução não mão de um cartomante, ou melhor de um político, seja ele quem for, não haverá um sistema que de conta disso.

Junte-se a isso que boa parcela dessa "crença" vem da falta de educação, não no sentido de falar palavrão, mas que o nível educacional da nossa população esta muito aquém do necessário. ESTA SIM SERIA UMA REFORMA POLÍTICA MUITO NECESSÁRIA.

Você se lembra de como no debate da última eleição presidencial a necessidade de uma priorização da educação era um consenso entre os candidatos. Até onde percebi nada foi proposto até agora, nem mesmo pela oposição que poderia ter feito alguma proposta.

NÃO, VAMOS DISCUTIR O VOTO DISTRITAL, ESSE SIM UMA PRIORIDADE NACIONAL. DEVE TER SIDO VISTO NUMA  BOLA DE CRISTAL.

Em relação ao voto distrital eu sei que ele tem os seus benefícios, que meus amigos sabem que ele não resolverá todos os problemas e não estão iludidos com isso. Penso que o voto distrital tem um grande problema: ele tende a transformar os problemas todos em problemas paroquiais, do meu bairro ou da minha região dependendo se um vereador ou deputado. Quem se preocupará com a cidade, com o estado, com o país.

Quem se preocupará com a EDUCAÇÃO ao invés da escola do meu bairro. Quem se preocupará com a Saúde ao invés do centro de saúde do meu bairro.

Deste modo aceitando essa proposta estaremos deixando em segundo plano aquilo que de fato é fundamental e nos preocupando com aquilo que é somente um remendo.

Essa minha preocupação não é um  pensamento de uma coisa futura, pois se formos a Câmara Municipla de hoje ou Assembléia Estadual de hoje veremos que isso já ocorre muito frequentemente, são muitos os vereadores e deputados "distritais".

Deixo aqui minha contribuição porque penso que essa é a única maneira de não ficarmos nas mãos desses cartomantes da política. PARTICIPAR É A ÚNICA SAÍDA.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

POLÍTICA COMO SERVIÇO

O  Evangelho diz que os poderosos governam e abusam do povo, mas que entre discípulos de Cristo deveria ser assim. Aquele que quisesse ser o primeiro, entre eles, deveria servir a todos.

É impossível não colocar-se diante dessas palavras pensando como também hoje a política normalmente não é feita para o povo, mas para o poder daqueles que governam. Somente haverá uma verdadeira política no sentido cristão quando as pessoas fizerem essa atividade como serviço ao outro.

Por isso motivo nós do Grupo Política e Cultura (GPC) colocamos como fundamental do nosso trabalho a proposta de uma cultura nova, onde a solidariedade e ajustiça social seja a nossa marca.

Ao lado, estamos disponibilizando o texto de Luigi Giussani, que tem nos servido de referência para esse trabalho e que se você quiser debatê-lo conosco entre em contato no meu email. Venha particpar de nossa próxima reunião.

Somente um movimento social assim, como fala Giussani neste texto, pode ser base para uma política e um estado de fato voltados para o bem do povo.

Cada vez que a violência no Rio de Janeiro ganha espaço nos noticiários aparecem vários artigos da imprensa destacando que é necessário e possível fazer alguma coisa para enfrentar essa verdadeira vergonha nacional.

O chama a atenção como uma marca comum entre estes artigos é a relação feita entre estes fatos e os eventos esportivos que ocorrerão nos próximos anos na cidade. De como se os governos não resolverem esta questão, existe um risco de fracasso desses eventos.

Ainda que concordemos com importância que a Copa e as Olímpiadas podem representar para o país, como desenvolvimento econômico e até social, não podemos deixar de notar como a frase de Cristo no evangelho é verdadeira ainda hoje. O problema do tráfico e da violência com ele associada somente nesses momentos interessa aos poderosos. O fato que nessas vilas existam muitos de nossos irmãos que tem a sua vida desgraçada por esta chaga a tantos anos não tem iteressado a eles0.

Vale o peso do poder econômico, mas não a vida de nossos irmãos.

Sabemos que não é um problema de fácil solução, mas que deve ser enfrentado por todos nós, especialmente por aqueles que fazem um trabalho político ou social, porque milhares de pessoas em nosssas cidades sofrem diariamente e isso é uma grande injustiça nossa com elas.

Façamos das palavras do Cristo as nossas: que a nossa política seja de verdade um serviço aos irmãos, em especial aqueles mais necessitados, e que hoje vivem nas vilas das nossas cidades.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

E A CRISE CONTINUA!


Muito tem sido falado da atual crise mundial. Uma grande vertente é quando finalmente ela estará encerrada, de outro lado existe o debate a respeito de uma experiência humana muito difundida, de que após uma crise sempre vem um período de desenvolvimento.

Evidentemente as duas temáticas estão coligadas e apontam para uma única pergunta: o que levou a crise mundial?

Certamente muitos indicarão a bolha econômica montada a partir do sistema de créditos do sistema imobiliário americano. Sim, é verdade mas o que levou a essa crise, o que levou a esse consumo excessivo?

Na minha opinião como tem aparecido também na imprensa essa é uma crise de valores. O que leva uma pessoa desejar uma casa nova se ela já possui uma que lhe atende a todas as suas necessidades? Como as pessoas veem suas necessidades?

Existe em todo ser humano, toda pessoa um coração, um feixe de exigências e evidências originais: de amar e ser amado, de justiça, de beleza e felicidade. É aqui que que nascem os desejos humanos. Se porém, esses forem manipulados criando a idéia que uma coisa nova é a possível fonte de felicidade, a pessoa fará de tudo para tê-la.

A crise é de humanidade, essa cresce muito mais na ordem do ser do que do ter, mas isso presisa ser educado, principalmente nos jovens para que não sejam presas fáceis da manipulação econômica.

Cabe a nós que temos uma procupação social e política indicar qual é a crise de verdade, e assim poderemos ter a perspectiva de sairmos dela de fato desenvolvidos, talvez não economicamente, mas certamente em termos humanos e pessoais.












terça-feira, 16 de agosto de 2011

O QUE SERÁ DE NOSSOS FILHOS? E NETOS?

Há 31 anos eu era um recém-casado e como todo recém-casado frente a qualquer situação social mais preocupante pensava: que mundo os meus filhos encontrarão?

Hoje dos meus cinco filhos três já tem sua vida profissional encaminhada, embora em fases diferentes, e os dois mais novos ainda estão no início da adolescência e finalmente aquele futuro incerto que eu olhava há trinta anos chegou.

Numa semana em que a economia mundial está cheia de incertezas (será o início de um novo ciclo do capitalismo ou o seu fim?), distúrbios sociais em Londres,  vandalismos realizados por jovens que se organizaram pelas redes sociais  e no Brasil, finalmente ontem, o ministro da Agricultura caiu, após uma série de denúncias de corrupção, numa semana em que mais um esquema no ministério do turismo é revelado, desta vez não pela imprensa, mas pela polícia federal, EU DIRIA NÃO MUDOU MUITO.

A única diferença é que hoje me pergunto: QUAL SERÁ O MUNDO DOS MEUS NETOS?

Sim, não é somente porque completei esta semana 55 anos, mas meu filho mais velho que se casara em janeiro como comentei em AH! AQUELE AMASSADO NO CARRO, me contou junto com a esposa que ela estava grávida a aproximadamente 15 dias. SIM AGORA SOU AVÔ.

Pensando no mundo da minha neta (Elisa) ou do meu neto (Pedro ou Virgílio) as minhas perguntas são as mesmas de trinta anos atrás, embora agora  aos 55 anos eu possa dizer  que os problemas  renovam, mas continuam aí nos colocando sempre as mesmas interrogações.

Mas estes trinta anos não foram a confirmação de que afinal de contas o homem continua produzindo coisas feias, que nos entristecem de compartilharmos a mesma identidade, a mesma humanidade.

Foram trinta anos em que a certeza de que o meu desejo de ser feliz, que no fundo era a grande pergunta que estava por trás da interregoração sobre o futuro dos meus filhos e agora da minha neta/meu neto, ENCONTROU  UMA RESPOSTA.

Somos feitos de grandes perguntas sobre a nossa existência (de onde viemos, para onde vamos, que significado tem o nosso tempo de existência?) que aprendi nestes anos significam o desesejo de amar e ser amado, de ser feliz enfim.

Sou feliz porque encontrei um caminho!

Hoje sou cheio de certezas de que a RESPOSTA VEIO AO NOSSO ENCONTRO NUM PERDIDO 25 DE DEZEMBRO HÁ 2011 ANOS ATRÁS E PERMANECE CONOSCO e que a vida apesar dos "WAGNER ROSSIS" pode ser vivida como homens sem que por um segundo desistamos dela com tudo aquilo que ela tem, inclusive a política, que nestes casos é a primeira coisa que sem certezas tenderíamos a retirar de nossas vidas.

Hoje tenho mais um motivo (bem pequeno neste momento) para continuar trabalhando, colaborando na formação de médicos, de profissionais de saúde, com a certeza clara de que tipo de pessoas queremos formar (do tipo humano sem qualquer sombra de dúvida).

Hoje tenho mais um motivo para continuar batalhando com meus amigos do GPC no âmbito social e político na busca de um mundo mais justo e fraterno para todos.

Se você tem também certezas e filhos e netos venha com a gente.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

SAÚDE E A HUMANIZAÇÃO DA VIDA: QUAL O CAMINHO?

Como dia 05 de agosto é o Dia Nacional da Saúde resolvi partir disso para dar continuidade a reflexão que venho fazendo no blog sobre a pessoa e sua necessidade humana. Parti na última postagem da morte da Amy Winehouse e do atentado terrorista na Noruega para falar da fome de humanidade que está presente na nossa sociedade. 

Depois fiz uma conexão dessa com a fome física, que se apresenta hoje aos nossos olhos na sua face mais aparente e intensa na África, assim a falta de humanidade de uns leva a fome de outros!

Não dá para pensar em nada mais vinculado com o tema da saúde.

Procurei no site do Minstério da Saúde e não foi proposto nenhum tema para este dia. Então eu proponho o meu:
- Dia Nacional da Saúde 2011: felicidade para todos.

De que nos adianta a saúde se não fomos felizes?

De que adianta para nós profissionais da saúde o nosso trabalho se não for para sermos felizes?

Como posso ser completamente feliz enquanto existem tantas Amys morrendo de drogas e não terão a sua necessidade de felicidade respondida?

Como posso ser completamente feliz com a existência da fome no mundo, estampada de forma tão escancancarada  nesta foto de crianças da Somália num hospital na capital do país (veja fotos)? Foram até aquele dia 29000 crianças mortas por fome? Que humanidade existe num mundo assim?

Nós profissionais de saúde e qualquer pessoa interessada no tema como um fato social ou pessoal temos de nos confrontar com o tema da humanização.

Se a fome física/a doença e a fome de humanidade não forem igualmente respondidas como poderemos considerar que existe saúde?

Mas qual o caminho devemos trilhar para chegar lá? Como humanizar pessoas? É possível?

O editorial da Revista Passos nº 129 do mês de Agosto(veja) coloca este mesmo tema e uma proposta: "quem fala do amor pelo homem, dessa paixão pela humanidade, desse olhar que se comove com a humanidade do outro? Isso é uma coisa urgente e ninguém fala disso. Todos falam de liberdade, mas ninguém é livre, todos falam de humanidade, mas ninguém é humano".
Isto torna urgente a necessidade de "um caminho pessoal", "real". É necessário nunca parar de caminhar "de ser cada vez mais certos", de aceitar o desafio de caminhar um caminho que é pessoal "e ao mesmo tempo histórico, porque é propriamente impossível não perceber que é falta de certezas que faz o homem - o mundo - de hoje ser confuso e cético. Incidir aí, tornar certo o nosso eu, é ajudar o mundo".

Buscar humanizar a saúde, o nosso ambiente de trabalho, começa em primeiro lugar em nós e isto já é um fato histórico de grande significado.

O mesmo vale para a política que, ainda mais que a saúde, necessita ser humanizada. As Amys, as crianças da Somália (que também estão no Brasil), os jovens da Noruega ou de Realengo contam com isso.

Vamos iniciar esse caminho que não pode ser feito sózinhos. Pela humanização da saúde, pela humanização da política vamos caminhar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

AMY, OSLO E A FOME NO MUNDO: COMO RESPONDER?

Durante essa semana a morte da cantora Amy Winehouse e os atos de terrorismo desencadeados na Noruega continuaram repercutindo no noticiário.

De modo geral me chamou a atenção que entre tantos aspectos envolvidos tanto num caso como no outro há um ponto de ligação entre as duas situações é o fato que por mais que se explique permanece uma pergunta: porque?

Porque uma jovem com tanto futuro, um futuro de sucesso, de fama, de riqueza, os quais tantos jovens hoje em dia buscam desesperadamente acaba com a própria vida da maneira como ele acabou? O que ela não tinha?

O que os jovens de hoje não tem que correm atrás de sucesso financeiro do modo como buscam? Será que Amy não aceitava que esta FOME de algo que de VALOR não encontrasse resposta?

Porque outro jovem acaba com a vida de tantos outros jovens como na Noruega (lembram-se de Realengo?)? É evidente que a loucura não explica tudo, essa violência também não é explicada se não virmos que ela se dá em um contexto, que é violento.

Esse contexto envolve aquela mesma situação de FOME dos jovens que buscam responder aos seus anseios e veem o outro como um inimigo na solução desta necessidade humana profunda.

Esta semana encontrei no site da revista Passos dois textos que colocam algumas questões  com as quais todos precisamos nos defrontar: Encontrar algo que corresponda à nossa espera (veja) e “Sem Cristo a rebelião contra o poder se torna loucura” (veja).

No primeiro texto Julian Carron diz "O Mistério, porém, não nos lançou na aventura da vida sem nos fornecer uma bússola para nos podermos orientar. Esta bússola é o coração. Na nossa época o coração é reduzido a um sentimento, a um estado de ânimo. Mas todos podemos reconhecer na experiência que o coração não se deixa reduzir, não se conforma com qualquer coisa. “O homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente”, diz o Papa na sua Mensagem. Nós bem o sabemos."

No segundo texto Aldo Trento diz: "O que foi que travou? O homem. O coração do homem está cada vez mais cansado das contínuas trapaças a que é submetido por um poder dominante que, tendo eliminado Deus (ou tendo-O reduzido a uma ideologia), conseguiu anestesiar o homem fazendo-o acreditar que a sua vida depende do poder mesmo. Mas, esta operação, que Luigi Giussani definia como “efeito Chernobil”, não poderia durar e não durará por muito tempo, porque nunca existirá um poder no mundo capaz de fazer adormecer, até matá-lo, o coração do homem. "

Ou seja o homem é desejo de infinito, por isso não é qualquer coisa que pode preencher esse vazio, ESSA FOME DE ALGO QUE FAÇA A VIDA, VIDA.

Mas essa fome de sentido, de preencher o próprio coração que os jovens manifestam de forma tão forte e evidente como comentei acima acompanha uma outra fome, essa física de tantos cidadãos do mundo e que nestes dias adquiriu na África tons de dramaticidade que revelam aquilo que no dia-a-dia, se não tem essa tonalidade, tem a mesma gravidade.

São milhões de pessoas que não tem as suas necessidades básicas atendidas, que não tem o que comer, o que beber, como viver, que estão em condições tão sub humanas que não conseguimos nem entender como vivem.

Essas duas fomes, a existencial e a física, tem a mesma raiz, o homem que caminha neste mundo buscando respostas as suas necessidades humanas, mas que para responder ao desejo do seu coração, como se falava nos textos que citei acima, aceita que ele seja entorpecido, reduzido, anestesiado pelo poder do mundo.

Esse poder cria a mema situação, da qual nascem a fome física da África como de tantos no mundo e a fome existencial das Amys do mundo todo.

O nosso coração como se coloca diante dessas fomes? O nosso desejo humano mais profundo como se coloca diante dessas fomes?

VAMOS CAMINHAR JUNTOS NA BUSCA DESTA RESPOSTA?